BARBIE: Espelho de Fantasias e Identidades

A exposição contínua a um padrão de beleza considerado inalcançável e estereotipado pode afetar a autoimagem e a autoestima de algumas pessoas

Filme da Barbie (Foto: Reprodução)
Filme da Barbie (Foto: Reprodução)

A Boneca Barbie é um símbolo icônico de fantasia e identificação projetiva que pode fazer aflorar aspectos do inconsciente nas crianças e adultos que interagem com ela. A fantasia é um componente essencial no mundo da Barbie, uma vez que ela representa uma figura idealizada, com uma vida aparentemente perfeita e cheia de glamour. Através dessa fantasia, crianças podem projetar suas próprias aspirações, sonhos e desejos no universo criado pela boneca, buscando se identificar com a imagem que ela representa.

As crianças, ao brincarem com a Barbie, podem criar histórias e situações imaginárias que refletem suas próprias fantasias e anseios. A identificação projetiva ocorre quando a criança coloca na boneca características, habilidades e valores que ela gostaria de possuir, projetando sua própria identidade e desejos nesse objeto externo. Dessa forma, a Barbie se torna uma espécie de espelho simbólico para a criança, refletindo suas próprias aspirações e fantasias.

Por outro lado, a própria imagem idealizada da Barbie pode evocar questões inconscientes nos adultos. A exposição contínua a um padrão de beleza considerado inalcançável e estereotipado pode afetar a autoimagem e a autoestima de algumas pessoas, gerando conflitos internos relacionados à aceitação pessoal e ao autoconceito.

Essa projeção de desejos e anseios na Barbie pode também influenciar a construção das identidades de gênero nas crianças. Os estereótipos de gênero associados à boneca podem reforçar padrões tradicionais de comportamento, levando meninas a se identificarem com papéis femininos considerados tradicionais, como ser dona de casa ou modelo, enquanto meninos podem sentir uma distância emocional em relação à boneca, devido à associação cultural de que brinquedos femininos não são apropriados para eles.

No entanto, é importante ressaltar que a Barbie também pode ser vista como uma oportunidade de crescimento e empoderamento. À medida que a boneca evolui para se tornar mais inclusiva e diversa, com diferentes etnias, tipos de corpo e carreiras representadas, ela pode oferecer às crianças modelos mais realistas e variados para se identificarem. Isso pode promover discussões sobre a importância da autenticidade, da diversidade e do respeito pelas diferenças.

Sendo assim, a Boneca Barbie desencadeia um mundo de fantasia e identificação projetiva, sendo capaz de fazer vir à tona aspectos do inconsciente nas pessoas que interagem com ela. Ela pode ser um reflexo dos desejos e anseios individuais, mas também pode influenciar e moldar a percepção de identidade e gênero. É fundamental reconhecer o poder simbólico e psicológico que a Barbie representa e buscar explorar seu potencial positivo na formação de uma identidade mais inclusiva e autêntica.

Helena Chiappetta

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Helena Chiappetta
Maria HELENA Barbosa CHIAPPETTA é Psicanalista Clínica pela ABRAPSI. É Psicóloga Clínica (CRP - 02/22041), é também Neuropsicóloga. É Avaliadora Datista CORETEPE (CRTP-1041). Tem Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional, e em Ciências da Religião; Licenciatura em Filosofia e em Pedagogia, além do Bacharelado em Teologia. É Bacharelanda em Psicanálise, Pós-graduanda no curso de Arteterapia, Pós-graduanda no curso de Psicanálise, Psicopatologia e Saúde Mental, Pós-graduanda em Terapia Familiar. Atualmente é Docente no SEID Nordeste e SEID Uberlândia. É Professora Convidada no Curso de Formação em Psicanálise da SNTPC. Tem experiência como docente de Hebraico Bíblico, Psicanálise e Teoria Analítica, Educação Religiosa, Artes, Teologia com ênfase em Ciências da Religião Aplicada e Liderança Institucional. Dedica-se ao estudo das neuroses atuais. É colunista deste Portal Folha Gospel. E-mail: [email protected] Instagram profissional: @h.chiappetta
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