“Os magos, adorando Jesus, por divina advertência, voltaram por um outro caminho…” — Evangelho de Mateus.
O “Natal” acabou como festa “cristã”…
Voltou a ser o que era antes de ser “aculturada” pelos “cristãos de Constantino”: uma festa pagã…
O que sobrou do “Natal” foi o sincretismo de tudo o que se refere ao “Natal” anterior ao “Natal cristão” […], acrescido de motivação dupla: do comercio e do feriado!
Na realidade o Natal sempre foi um evento pagão, ainda que, no passado, voltado para dar honra ao nome de Jesus, e, depois, ao nome Jesus…
Afinal, o Evangelho sabe da Encarnação, mas nada sabe do Natal!…
No mais, para Pedro, João, Tiago, Paulo e qualquer outro apóstolo, data nenhuma era celebrada como tendo importância espiritual…
Sim, pois uma das marcas do Caminho dos Discípulos de Jesus, da Igreja original, era não ter datas marcadas para nada…
Historicamente os evangelhos não trabalham com nenhuma categoria histórica que se prenda a celebrações de datas que se atrelem aos momentos ou eventos da vida de Jesus!
O Evangelho é ateu de datas…
A História serve ao Evangelho, e, nesse caso, se diz que Jesus nasceu nos dias de César Augusto ou que Herodes era Rei da Judeia… na mesma ocasião…
O Evangelho, porém, não serve quase nada à História como Festival de eventos e datas…
Assim, não há “Natal” nos evangelhos, pois, para os primeiros discípulos, Natal era equivalente a Novo Nascimento; ou seja: ao processo de nascer todos os dias em Cristo…
A falência do “Natal Cristão” no Ocidente é apenas uma demonstração de mudança de Era e de Poder…
Sim, o Cristianismo reluta em apagar as luzes […]; mas a sociedade “Pós-moderna” não hesita em ir apagando uma a uma […]; deixando apenas as decorações culturais do Natal Sincrético Pagão que o Cristianismo celebrou por tantos séculos!…
Quando encontrei Jesus, celebrei o Natal por muitos anos; e duas eram as motivações precípuas: a primeira tinha a ver com a necessidade alegre de minha alma celebrar a Encarnação de Deus na História; a segunda tinha a ver com os Natais do amor de Deus em nossa casa; exemplo: a Profissão de Fé de meu pai e a minha também [no dia 25 de dezembro]; a reconciliação da minha mãe com a mulher que, tendo sido amante de meu pai antes de ele conhecer Jesus, quase acabou com a nossa família… [também em uma data de Natal].
Esses eram os temas dos meus Natais históricos; ou seja: na data do dia 25 de dezembro [data que nada tem a ver com Jesus, mas com o culto à Mitra entre os soldados Romanos].
No entanto, assim que meus filhos foram nascendo […], os Natais ganharam outra adição: agora o Natal tinha a ver com eles também, os filhos; pois, para mim, eles eram os Jesuses do amor de Deus na minha vida…
Este é, todavia, o nosso 4º Natal sem festa…
Fizemos muitas festas o ano todo e celebramos muitas coisas e muitos natais… Mas não tivemos animo para nenhum Natal Tradicional nos últimos quatro anos…
No entanto, nem só de seriedades espirituais vive o homem, mas também de alguns besteirois e levezas irreflexivas…
Assim, mesmo sabendo de tudo o que disse acima […] não perco a chance de misturar pernil com frutas doces e peru com pêssego; não deixo de comer um bacalhau; e de também comer muitas castanhas, regadas a vinho.
No mais […] oramos como sempre fazemos; e agradecemos a benção de estarmos juntos e em paz!
Mas não posso negar que minha alma sente saudades do tempo em que a emoção do Natal era densa daqueles três elementos [independentemente de que a data não tivesse nada a ver com o nascimento de Jesus]; a saber: a alegria pela Encarnação Histórica, o gozo do espírito de perdão e graça que visitara a nossa casa de modo tão dramático, e a criancice dos meus “Jesusesinhos”, os meus filhos, no tempo em que eles eram ainda os meus meninos Jesuses…
Cada estação da vida, todavia, tem as suas emoções. E esta estação da minha vida é mais que apenas uma estação…
Na realidade é uma estação que acontece dentro de uma profunda e inequívoca mudança de Era entre os humanos.
Ora, em meio a tantos “sacerdotes de Jerusalém” e de tantos “escribas versados nas Escrituras”, mas que sabem e não celebram o Cristo de Deus […], ainda há alguns magos que vêm de onde não se espera e adoram Jesus no único Natal que Deus reconhece: o Natal dos que encontrando Jesus, o adorem; e uma vez adorando-O, voltem para a vida por outro caminho…
Natal é o novo caminho que o coração escolhe depois que adora Jesus com consciência de que Ele é o amor que nosso ser buscava sempre; mesmo e, sobretudo, quando não se sabia disso, como foi com os magos das terras das estrelas sem o Sol Nascente das Alturas, mas que viram e creram naquilo que não estava escrito, mas que para eles era um dito declarado pelo Universo silencioso e estrelado.
Nele, em Quem desejo a você Natal todos os dias de sua existência, fazendo com que Natal seja um processo de conversão sem fim, e que culmine com a formação de Jesus em você e mim,
Caio