Quanto vale um “show” evangélico? (parte 2)

A coluna da semana passada teve grande repercussão. Fui bombardeado por diversos e-mails e comentários acerca do show do “Diante do Trono” em Connecticut.

Ainda não recebi nenhum contato dos envolvidos diretamente, mas, através do Pr. Francisco Isidoro da primeira Igreja Batista em Nova Iorque, que gentilmente me enviou um e-mail, pude ter acesso a um documento produzido pelo CONPAS – (Conselho dos Pastores Evangélicos de Danbury), que traz esclarecimentos sobre o evento.

Em primeiro lugar gostaria de dizer que reitero todos os comentários feitos na coluna anterior. Não acusamos ninguém e nem pré-julgamos a quem quer que fosse. Na verdade, o evento em Danburry foi usado apenas como um “gancho” para levar os leitores à reflexão, como, aliás, é a linha da coluna. Por isso, não me sinto na obrigação de reparar nada e nem elaborar nenhuma justificativa. Mas, já que tive acesso ao documento e como acho importante sempre analisar os dois lados de uma questão, resolvi publicar alguns trechos e comentar algumas das afirmações.

A nota oficial do CONPAS faz logo menção, em seu preâmbulo, ao jornal “Comunidade News”, fonte principal da matéria publicada aqui no FolhaGospel. O Comunidade News é mais um dos vários jornais dedicados à comunidade brasileira nos Estados Unidos. Não é um jornal denominacional e aparenta não ter nenhum compromisso com igreja alguma. Inclusive, conta até mesmo com um “guru” que faz “previsões” semanais, em seu quadro de colunistas. Ele circula na mesma região da revista “Palavra”, que estava à frente da promoção do show do “Diante do Trono”. Não sei se existe algum tipo de rivalidade entre os dois veículos, mas não seria nada impossível.

A nota do CONPAS dá a entender que algum tipo de perseguição gratuita se fez presente nas matérias do Comunidade News.

A base das denúncias foi feita pelo diretor do O’Neil Center, local do show, que aparentemente foi entrevistado e trouxe à tona informações contraditórias sobre o acordo em relação ao preço dos ingressos e a finalidade do evento. Contudo, o CONPAS afirma que o evento em si não foi noticiado de maneira adequada e nem ao menos foi fotografado pelo jornal.

Segundo a nota, a reunião contou com um numero expressivo de cerca de 2300 pessoas e que se deu de forma ordenada e abençoada, causando grande e positiva repercussão junto à comunidade brasileira de Danbury . E acrescenta: “há um tremendo impacto espiritual na vida dos participantes, que sem cachaça, bebedeiras, brigas e palavrões, mostraram que nosso valoroso povo sabe discernir o que é bom”.

Segundo o documento, o CONPAS “supervisionou todo o processo e apoiou sua realização”, o que certamente confere mais credibilidade ao evento, saber que um congresso de pastores estava envolvido. A finalidade e seu caráter sem fins lucrativos também foram reforçados, bem como o compromisso de disponibilizar o balancete final a todas as igrejas envolvidas no projeto.

A nota é bem enfática ao reiterar que “não houve roubo ou desvio de dinheiro, e nada foi aplicado para fins de lucro ou vantagem pessoal ou comercial”. Além disso, todos os que trabalharam no evento o fizeram de forma voluntária, sem receber nenhuma forma de pagamento.

O melhor de tudo, em relação á nota do CONPAS, foi saber que todos estão buscando esclarecer junto a Westconn (universidade proprietária do O’Neil Center), os detalhes em relação ao preço dos ingressos. O CONPAS não ficou só no discurso vazio tipo “perseguição religiosa”, mas está se dispondo a investigar as denúncias pormenorizadamente e a fazer as reparações necessárias, se for o caso. Atitude digna de Cristãos.

Fica difícil imaginar que houve má fé no episódio. Teria muitos problemas para acreditar que o CONPAS seria conivente com atitudes malévolas e defraudadoras. O que me parece ser mais provável, é ter acontecido apenas um mal entendido e um pouco de desorganização. Nada que não possa ser consertado.

Por outro lado, o Comunidade News continua publicando notas sobre o evento e a mais recente dava conta de que a policia estadual estaria investigando o episódio. Em um de seus editoriais, assinado por Lúcio Souza, o jornal afirma que continuará buscando esclarecer o ocorrido e expor os fatos até as ultimas conseqüências: “Agora se tornou meu principal objetivo nesta cidade, descobrir o principal culpado de toda essa confusão, e pode acreditar que quando isso acontecer, ele vai prestar contas com a justiça divina, e aqui na terra também”.

Mas, uma coisa todos concordam; o evento foi uma benção e a postura do “Diante do Trono”, irretocável. No mais, cabe a Deus julgar inocentes e culpados. E cabe ao povo de Deus reconhecer erros quando se fizer necessário e lutar pelo que é certo e justo, sempre. Isso, não tem preço.

Um abraço,

Leon Neto

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