Após o sucesso da minissérie “A Estória de Ester”, a Rede Record lançou semana passada mais uma serie baseada em temas bíblicos, dessa vez “Sansão e Dalila”. Como estou fora do Brasil, estou tendo acesso aos capítulos através da internet e por isso só agora resolvi comentar alguma coisa.
De forma geral, parece que a produção de arte deu uma melhorada em relação à minissérie anterior, mas não chega a ser grande coisa. A maquiagem continua um pouco exagerada e beirando o tosco. A direção de atores também continua sofrível e popularesca, sem sair daquele clima de dramalhão mexicano. E olha que a serie conta com alguns atores tarimbados, como Rogério Fróes, Nina de Pádua e Itala Nandi. O problema, é que a exemplo da RGT*, a Record também colocou nos papéis principais atores de medianos a ruins, e deu aos melhores atores apenas papéis secundários. Assim, Mel Lisboa, desfila pelas ruas de Gaza como quem anda no calçadão de Ipanema. E Fernando Pavão apesar de esforçado, não convence nem um pouco no papel de Sansão.
A fotografia tem me surpreendido positivamente e vez por outra aparecem algumas tomadas externas bem bonitas, muito embora os “desertos” tenham uma cara danada de praia cearense. A iluminação nas cenas de estúdio também tem sido utilizada de forma bem interessante e artística. A trilha sonora não é nada de especial e soa meio cafona quase que o tempo todo, mas tem seus bons momentos e alguns temas interessantes.
Tenho seguido na internet críticas e comentários de colunistas e leitores e vejo uma certa intolerância de parte à parte. Há os que já começam jogando pedra em qualquer coisa que venha da Record por conta da sua ligação com a IURD e nem se dão ao trabalho de assistir a um capitulo sequer; há também os que se arvoram de paladinos da justiças e defensores do evangelho e não aceitam nem um tipo de critica e acham que as series da Record são intocáveis e a própria salvação da humanidade. É preciso buscar equilíbrio ver os dois lados da moeda.
É muito bom saber que a televisão aberta no Brasil continua, através da Record, oferecendo opções para o publico que gosta de telenovelas. Sim, porque apesar de ser oficialmente uma minissérie, “Sansão e Dalila” no final das contas não passa de um novelão mesmo. E de toda forma, é bom ver temas bíblicos em produções televisivas e ter uma alternativa aos dramalhões amorais de Gilberto Braga e Aguinaldo Silva. Mas não dá pra fechar os olhos e deixar de notar as muitas falhas técnicas e deficiências de produção. E saber também que para os atores, tudo não passa de apenas mais um trabalho, nada diferente de qualquer outra novela; se existe algum objetivo evangelísticos, este vem apenas da cúpula da Record e não dos atores e produtores.
Resta saber se a Record vai dosar a sensualidade contida na trama de forma coerente com os princípios Cristãos e se a narrativa bíblica vai ser mantida intacta em sua essência. Confesso que me decepcionei um pouco com a serie anterior nesse sentido. Se a Record quiser mesmo ser coerente, nem beijo na boca deveria ter.
Prometo acompanhar “Sansão e Dalila”, ainda que com algum atraso e comentar aqui quando for o caso. E vocês sintam-se à vontade para comentar também, desde que com equilíbrio e moderação.
Um abraço,
Leon Neto
RGT: é forma que o colunista sempre se refere a Rede Globo de Televisão
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