Jesus não usou nem o céu e nem o inferno como elementos motivadores de conversões ou mudança de vida.
Ele fala de ver o Reino, e, para tanto, afirma ser necessário nascer de novo.
Ele diz que humildade, mente limpa de ódio e maldade; coração mantido sob autocontrole [manso]; um espírito ávido por justiça para o próximo; uma atitude permanente de busca de reconciliação em todas as coisas; e coragem para sofrer afrontas sem deixar de olhar para os céus com alegria e exultação — nos fazem herdeiros do reino dos céus, nos fazem filhos de Deus, nos tornam fartos, nos constituem herdeiros do galardão dos profetas, e, sobretudo, nos fazem ver a Deus.
Ele diz que é para amar a fim de sermos filhos do Pai que está nos céus. Manda-nos confiar pela mesma certeza de filiação ao Pai que nos ama.
E quando fala de juízo é sempre acerca dos que vivem sem misericórdia ou sob a inspiração do ódio ou da desfaçatez perversa. Entretanto, mesmo assim, sempre há um “e não sairá dali até que…” — mostrando a prevalência da misericórdia sobre o juízo.
Os homens são expostos ao inferno e ao juízo nas palavras de Jesus, mas nenhuma delas aparenta nos fazer crer que seria pelo medo que se amaria a Deus.
Para Jesus o inferno existe [seja qual for o significado dele]; porém, Ele diz que é somente pelo amor em fé é que se pode chegar a Deus. Assim, o inferno é uma constatação, mas não uma inspiração. Afinal, inspiração do medo só serve ao inferno, pois, pelo medo criam-se hipócritas; posto que é somente pelo amor que o coração tem correspondência com o todo da vida.
Céu é amar a Deus e ao próximo. Inferno é odiar o próximo e achar que Deus não é amor pelo ódio no qual a pessoa viva em relação ao próximo.
Quem ama conhece a Deus. Quem não ama nunca conheceu a Deus, do mesmo modo como também aquele que odeia a outro homem. É assim que é acerca do céu e do inferno.
Qualquer outra complicação vem do diabo!
Nele, que foi quem disse tais coisas,
Caio