A ideia será analisada agora pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa.
A sugestão para que o Senado Federal debata a legalização do aborto até a 12ª semana de gravidez foi apresentada pela sociedade, como parte do programa e-Cidadania, e contou com o apoio de mais de vinte mil pessoas.
A ideia será analisada agora pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. Caberá aos integrantes da CDH a decisão de transformar ou não a proposta em um projeto de lei.
Ao defender o debate do tema, os propositores argumentam que a atual legislação transforma as mulheres em reféns de clínicas clandestinas de aborto. Apesar de a interrupção da gravidez ser crime, o Ministério da Saúde estima que ocorram 1,25 milhão de abortos ilegais por ano.
Os propositores sugerem que todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) devem estar aptas a realizar os procedimentos de interrupção da gravidez. Além disso, é sugerido que a grávida receba apoio psicológico e social para assegurar que tome uma decisão consciente e responsável. Propõem ainda que apenas o aborto até a 12ª semana de gestação e o feito em unidades do SUS serão legais.
De acordo com a legislação brasileira, a gravidez pode ser interrompida quando é consequência de estupro, quando há risco de morte para a mãe ou se o feto não tem cérebro (anencéfalo). Um estudo coordenado pelos professores da Universidade de Brasília, Debora Diniz e Marcelo Medeiros, mostrou que uma em cinco mulheres brasileiras que vivem em centros urbanos fez pelo menos um aborto até os 40 anos.
A Pesquisa Nacional de Aborto apontou também que são mulheres comuns que se submetem ao aborto. Muitas delas casadas e seguidoras de alguma religião. Além disso, revelou que cerca de metade das mulheres que interromperam a gravidez teve que ficar internada por causa de complicações.
[b]Fonte: O Repórter[/b]