Em todo o mundo, as nações estão lutando contra o surto do coronavírus à medida que um número crescente de países entra em bloqueio, fechando restaurantes, lojas, escolas e locais de trabalho. Mas em outros países – onde os cristãos são desvalorizados, discriminados e até atacados por sua fé – o surto tem consequências ocultas.
Nesses lugares em que deixar a religião de sua família para seguir Jesus é considerado traição, como a Índia ou norte da África, ou é ilegal (Irã, Brunei, Coréia do Norte), os cristãos podem ter sua assistência médica negada ou ter menos acesso a medicamentos e tratamento, simplesmente em razão de professarem sua fé em Jesus. Esse tipo de discriminação se torna ainda mais destrutivo à luz do surto de uma doença respiratória extremamente contagiosa e potencialmente fatal.
Na Índia, por exemplo, o governo decretou quarentena total para os para os 1,3 bilhão de habitantes do país. A BBC relata que uma total confusão e falta de informações sobre como o governo planeja manter os suprimentos essenciais em funcionamento levou ao medo e ao pânico.
Para milhares de cristãos que sofrem perseguição em suas casas por causa de sua fé e tal perseguição às vezes é praticada por um cônjuge ou outros membros da família dentro do lar, a quarentena pode significar abuso físico e verbal contínuo, sem chance de escapar.
Um novo relatório do Portas Abertas indica que mais de 43.000 cristãos na Índia sofreram alguma forma de (severa) perseguição por sua fé em 2019. Desses, 1.670 foram afetados por ataques físicos por causa de sua fé, incluindo 439 crianças. Oito cristãos foram assassinados, incluindo uma mulher que foi morta por seu cunhado porque ela havia deixado o hinduísmo para seguir Jesus.
Na Nigéria, o país mais populoso da África e número 12 na Lista Mundial de Observação, a preocupação está aumentando com a falta de testes para o coronavírus. Embora a Nigéria tenha relatado menos 51 casos (em 26 de março), o último relatório disponível do Centro de Controle de Doenças da Nigéria (22 de março) revela que o país testou apenas 152 pessoas.
Já no Irã está uma das maiores concentrações mundiais do coronavírus. Em 25 de março de 2020, o país (nº 9 da Lista Mundial de Observação) havia registrado mais de 2.200 mortes causadas pelo vírus e 27.000 infecções. No entanto, os especialistas acreditam que os números reais são muito maiores. Um líder de igreja doméstica relatou: “Estamos morrendo aqui, e ninguém parece se importar. Muitas pessoas ao nosso redor adoecem e acabam em hospitais ou estão morrendo”.
Igreja sendo sal e luz
Embora a necessidade seja grande nesses países da Lista de Observação Mundial da Portas Abertas, a organização missionára também informou que a Igreja está respondendo a outras pessoas em crise e compartilhando o evangelho com as comunidades neste tempo sem precedentes, seguindo o caminho histórico da Igreja, que exerceu um papel muito importante durante as epidemias da história da humanidade.
“Temos a oportunidade de fortalecer o papel de ser sal e luz, que cabe à igreja perseguida”, lembrou um dos gerentes de países da Portas Abertas.
Uma história recente da Ásia Central mostra como uma igreja local está sendo sal e luz para as pessoas ao seu redor, também em tempos de crise, gerada por uma pandemia.
Para incentivar as pessoas que estão “bloqueadas entre quatro paredes”, os cristãos locais desenvolveram um canal de mídia social chamado “Filmes para a alma e aprendizados”.
Uma mulher que morava sozinha em uma cidade e isolada compartilhou seu testemunho, com o ministério que criou a plataforma.
“Fiquei tão deprimida porque estava isolada em minha casa. A única conexão que tinha com o mundo exterior era através do meu celular, mas o sinal às vezes é muito ruim. Eu recebi o link para este canal cristão e comecei a assistir aos filmes ali indicados”, contou.
“Eles foram e são muito inspiradores para eu confiar mais em Deus nessa situação. Graças a Deus pelo que vocês estão compartilhando! Me sinto muito melhor e compartilhei o link também com meus amigos, parentes e vizinhos. É muito útil! Glória a Deus! Obrigado por esta alegria e incentivo em tempos tão difíceis! Deus abençoe vocês!”, acrescentou
No Irã, os cristãos estão escolhendo seguir a Jesus e servir as comunidades de pessoas necessitadas. Um líder de igreja doméstica local recentemente compartilhou.
“Estamos fazendo todo o possível para fornecer pacotes de comida para idosos e vulneráveis que não podem sair hoje em dia ou para aqueles que perderam o emprego nessas circunstâncias difíceis. Ao longo do ano, compartilhamos as Boas Novas de Cristo com nossos vizinhos e comunidade; agora temos a chance de ser as boas novas”, relatou.
Para esses cristãos, mesmo em meio a uma pandemia que mudou vidas em todo o mundo, viver sua fé significa que eles continuam a seguir Jesus, mesmo no desafio adicional do coronavírus. Teremos a coragem de seguir seus exemplos? Vamos ficar com eles em oração? Que esse tempo extraordinário nos ajoelhe e veja como podemos seguir os caminhos já traçados por nossos irmãos e irmãs perseguidos – alegre e esperançosamente procurando por Cristo e servindo ao próximo, não importa o custo.
Fonte: Guia-me com informações de Portas Abertas (EUA)