A Igreja Batista do Pinheiro (IBP), em Maceió, foi excluída da Convenção Batista Brasileira (CBB) por realizar, desde fevereiro deste ano, o batismo de membros assumidamente homossexuais. A informação é do presidente da IBP, pastor Wellington Santos.
Em seu perfil no Facebook, a convenção se apresenta como o órgão máximo da denominação Batista no Brasil, responsável pelo padrão doutrinário dos batistas no país.
Segundo o pastor Santos, que considera a decisão um “retrocesso”, a exclusão da IBP foi decidida no último sábado (9), durante sessão extraordinária da CBB na cidade de Vitória, no Espírito Santo. Ele afirma que a desfiliação não vai mudar o funcionamento da igreja ou o tratamento aos fiéis.
“O único motivo para essa exclusão é o batismo de homossexuais. Nós sempre fomos uma igreja de vanguarda, ecumênica, assim como deve ser a igreja Batista. Fazemos parte da Convenção desde os anos 70. Sofremos sanção quando decidimos aceitar irmãos homoafetivos. O processo todo de exclusão levou impressionantes 90 dias, quando normalmente seria feito em pelo menos 10 anos”, afirma Santos.
O batismo de homossexuais passou a ser praticado pela IBP após uma assembleia extraordinária realizada em fevereiro, e que contou com a maioria dos votos dos membros. A partir daí, a igreja e seus líderes passaram a receber críticas e ameaças, inclusive de outros líderes religiosos, por telefone e pelas redes sociais.
Uma das críticas à IBP veio da própria CBB no dia 30 de março, por meio de uma declaração oficial assinada por seu presidente, Vanderlei Batista Marins, e o diretor-executivo da instituição, Sócrates Oliveira de Souza.
No documento, publicado no perfil da CBB no Facebook, eles afirmam que a igreja de Maceió fere a constituição da convenção e a palavra de Deus.
“A diretoria da CBB entende que a Igreja Batista do Pinheiro tem seu direito à autonomia (…), mas ao tomar isoladamente esta decisão, desconsiderou o espírito cooperativo e participante entre as igrejas batistas e expôs a denominação diante de uma situação desconfortável perante à mídia como se agora os batistas aceitassem livremente como membros de suas igrejas pessoas homoafetivas”, diz trecho da declaração.
Para o pastor Wellington Santos, a decisão, apesar de legítima e legal, é um retrocesso.
“Essa violência simbólica parece muito com a violência que é cometida contra os homossexuais, de pessoas que insistem em falar que não existe crime homofóbico. Isso é uma espécie de recado, dizendo ao outro que fique calado, que se cure ou tome remédio. É um retrocesso, sem dúvida”, conclui Santos.
[b]Fonte: G1
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