Para os cristãos ex-muçulmanos no Chifre da África, o Ramadã é um período complicado e solitário. Eles estão sob pressão constante para jejuar para manter as aparências.
É um grande desafio para os novos convertidos, pois podem ser tentados a voltar ao islamismo para se livrar da solidão e do anseio pela comunidade que perderam como resultado da conversão. Se não jejuarem, eles até correm o risco de serem atacados.
A jovem Sofi*, de 23 anos, é uma cristã ex-muçulmana nessa região da África. Perguntada como se sente sobre as complicações da nova vida em Cristo, ela responde sem precisar de tempo para pensar: “Sim, é verdade, a vida pode ser difícil, mas eu ganhei Cristo. Desfruto da paz emocional e do descanso que ganhei nele. E agora a salat (oração islâmica) tem significado. Não é apenas um ritual como era antes. Eu realmente me encontro com Jesus em oração”.
Sofi conta: “Eu tinha um temperamento quente e me irritava facilmente, mas Jesus mudou minha vida”. Isso aconteceu quando uma mulher na rua lhe deu uma Bíblia e falou para ela ler. Sofi assim o fez e conheceu uma comunidade de cristãos, com os quais começou a se reunir em segredo. Ela entregou a vida a Cristo, mas não podia contar essa nova realidade para ninguém, pois achava que a família poderia matá-la se descobrisse.
Mas, no primeiro Ramadã após sua conversão, os pais perceberam que ela não estava jejuando e havia se tornado cristã. Eles não a mataram, como ela esperava, mas continuaram com as ameaças. Por isso, a única saída foi continuar jejuando e fazendo todos os rituais islâmicos, mas ser fiel a Jesus no coração. “Eu jejuava e até preparava as refeições do desjejum para eles. Entrava no meu quarto e fingia fazer a salat, mas na verdade orava a Jesus”, esclarece.
*Nome alterado por segurança.
Fonte: Portas Abertas