Em um momento histórico, líderes religiosos muçulmanos e cristãos concordaram em unir forças e promover a liberdade religiosa no Sudão.
O portal americano de notícias Voice Of America (VOA, da sigla em inglês) relata que, ao final da conferência realizada no começo do mês de novembro, os líderes religiosos assinaram uma declaração para promover a paz e a liberdade de culto entre todas as comunidades sudanesas e incentivar o diálogo comunitário entre pessoas de diferentes crenças.
O arcebispo de Cartum, capital do país, Michael Didi, disse que a declaração ajudará a criar espaço para mais liberdade religiosa no Sudão, à medida que o país vive uma nova era, após a revolução que levou os líderes militares a remover Omar al-Bashir do poder.
A Portas Abertas e o portal Folha Gospel noticiaram que o governo de transição do país mudou o conjunto de leis, fazendo com que o islã deixasse de ser a religião oficial do Sudão.
Didi afirma que três décadas de opressão religiosa criaram um estigma social entre diferentes comunidades em todo e país, e tal mudança não acontecerá do dia para noite. “Acho que estamos em um excelente progresso, mas levará algum tempo para que as visões da população mudem totalmente. Foram muitos anos vivendo com intensa repressão religiosa, uma visão plantada. Logo, arrancá-las por completo e colocar as mudanças em prática, levará tempo”, disse Didi ao VOA.
“Embora ainda não tenhamos visto nenhum detalhe do acordo, a Portas Abertas, a princípio, vê isso como um desenvolvimento muito positivo e um passo crucial para viver o cristianismo em liberdade. Embora as recentes mudanças legais para proteger a liberdade religiosa sejam muito importantes, os líderes muçulmanos e cristãos têm um papel crucial para trazer mudanças duradouras para a sociedade e para o fim da perseguição”, conclui um porta-voz da Portas Abertas.
Fonte: Portas Abertas