Cristãos no Sudão
Cristãos no Sudão

Na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2019, o Sudão se classificou em 6º lugar, com 87 pontos – a mesma pontuação dos dois anos anteriores. Esse é um país onde cristãos enfrentam sérias restrições individual e coletivamente.

O governo tem intensificado a demolição de igrejas e prisão de cristãos. Esse é um dos resultados da aplicação total da Sharia (conjunto de leis islâmicas) que o presidente Omar al-Bashir votou para implementar após a secessão do Sudão do Sul.

O governo islâmico ditatorial continuou sua política de perseguir cristãos nas Montanhas Nuba. Apenas entre 1 de novembro de 2017 e 31 de outubro de 2018, mais de 40 cristãos foram presos e acusados.

O extremismo islâmico no país está enraizado na ideologia da Irmandade Muçulmana, defendida pelo fundador do partido que está no poder, Hassan al-Turabi, que ajudou o presidente al-Bashir a consolidar seu poder durante um golpe, em 1989.

O governo sudanês não tem trabalhado apenas para formar um estado islâmico às custas de outros grupos religiosos no país, mas também é acusado de apoiar militantes islâmicos radicais nas três últimas décadas.

A primeira vez que os Estados Unidos rotularam o Sudão como um estado que financia o terrorismo, em 12 de agosto de 1993, foi por conhecidamente abrigar terroristas locais e internacionais e permitir que o país fosse usado como ponto de passagem para terroristas e armas. Osama Bin Laden esteve lá antes de se mudar para o Afeganistão, por exemplo.

A maioria esmagadora da população no país é muçulmana sunita. A apostasia é criminalizada, punível com pena de morte e as leis de blasfêmia são usadas em todo o país para processar cristãos.

A pressão aos cristãos em quase todas as esferas da vida é muito alta – e com frequência extrema – e tem aumentado nos últimos anos. A pressão parece estar estável em um nível extremo nas esferas Igreja e Nação. Essa é uma indicação de que a perseguição no Sudão tem tipicamente a igreja como alvo, com o governo exercendo o principal papel. Também reflete as políticas restritivas e o sentimento anticristão projetado pelo governo.

A LMP 2019 mostra ainda que a média de pressão sobre os cristãos no Sudão é extremamente alta, 15.2 (de um total de 16.7). A pressão está em um nível extremo em todas as esferas e é maior na Igreja, com 16.1, refletindo que o governo a coloca constantemente como alvo de diversas formas.

A pontuação para violência permanece em um nível muito alto, apesar de ter caído 1.4 pontos. Apesar desta ter diminuído ao longo dos últimos cinco anos, isso ocorre devido a impossibilidade de verificar se a morte de cristãos tem sido por causa da fé.

Em lugares como as Montanhas Nuba, o governo ainda comete sérias atrocidades contra civis, sendo que a maioria é cristã. Por isso, a diminuição da pontuação de violência não necessariamente leva a conclusão de que a vida cristã está melhorando no Sudão.

Fonte: Portas Abertas

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