No Irã, o cristão ex-muçulmano Ismaeil Maghrebinejad foi condenado a mais dois anos de prisão por “insultar as crenças sagradas islâmicas”, e estava para voltar ao tribunal no dia 9 de maio.
A sentença foi dada durante uma audiência no fim de fevereiro por pertencer a um grupo hostil ao regime da república islâmica, que defendia “o cristianismo sionista evangélico”.
Segundo o site britânico Article 18, o juiz responsável pelo caso disse que baseou a decisão em relatórios da inteligência das forças armadas iranianas.
Ismaeil foi condenado a três anos de prisão por evangelizar via celular. Através de um grupo no Telegram, o cristão compartilhava mensagens de evangelização, interpretadas pelas autoridades jurídicas como “propaganda contra o governo iraniano”.
De acordo com o diretor de advocacia do Article18, Mansour Borji, as justificativas são imprecisas e pretendem justificar as violações de liberdade de religião cometidas.
“As outras acusações que Ismaeil está enfrentando, bem como a acusação agora anulada de apostasia, estavam relacionadas a sua conversão ao cristianismo. Isso pode revelar a verdadeira razão pela qual ele é cobrado por algo que a maioria dos iranianos comuns faz diariamente”, explicou o advogado.
Outros 10 cristãos no Irã aguardam as decisões judiciais dos respectivos processos nas próximas semanas.
O pastor Yousef Nadarkhani, que foi absolvido de uma acusação de apostasia em 2012, foi novamente preso em Rasht há quatro anos e depois condenado a 10 anos por “promover o cristianismo sionista” deverá receber o veredito de apelação hoje, 11 de maio.
Os convertidos Nasser Navard Gol-Tapeh, Yousef Nadarkhani, Saheb Fadaee, Yohan Omidi também receberão o veredito dos novos julgamentos hoje. Em 1º de junho, acontecerá a audiência do pastor assírio-iraniano Victor Bet-Tamraz, da esposa dele, Shamiram, e de três cristãos ex-muçulmanos Kavian Fallah-Mohammadi, Amin Afshar -Naderi e Hadi Asgari.
O Irã é um dos principais violadores da liberdade religiosa no mundo. O governo é definido por uma interpretação estrita do islã xiita, que eles subsequentemente tentam impor à sua população civil. O governo também é definido por corrupção maciça e violações de direitos humanos. Essa combinação fraturou o relacionamento entre o povo iraniano e o governo. À medida que o governo fica mais estressado, eles aumentam seus abusos contra os cristãos como parte da tentativa de reafirmar a identidade islâmica do país. Os cristãos são frequentemente submetidos a duros interrogatórios, tortura e longas penas de prisão, como parte da tentativa do governo de eliminar a igreja.
Fonte: Portas Abertas e International Christian Concern