Job (pseudônimo) é um cristão egípcio, marido e pai cuidadoso de três filhos. A igreja mais próxima para sua família fica em outro vilarejo, o que significa que, a caminho da igreja, eles podem ser insultados e atacados. Suas filhas podem ser facilmente assediadas. Outra opção é encontrar alguém que esteja disposto a abrir sua casa para se reunirem para orar.
Geralmente, na Páscoa, cristãos egípcios como Job pedem permissão para a comunidade islâmica para preparar e celebrar a Páscoa na casa de um dos moradores, para conseguirem orar em paz. Mesmo assim, na Páscoa de 2023, meia hora depois de o culto começar, muçulmanos radicais atacaram os cristãos com pedras, além de diversos insultos.
De acordo com islâmicos radicais, cristãos não pertencem ao Egito ou a qualquer outro lugar. Job explica que, para os extremistas, seguidores de Jesus devem ser tratados como infiéis, adoradores de uma cruz, aqueles que creem em três deuses.
Em todo encontro de oração, os cristãos são atacados e insultados. Muçulmanos radicais da região espalham medo para ter certeza de que os cristãos não orem mais ou construam uma igreja.
Durante a época do Natal, o cenário foi o mesmo. Quando os cristãos se reuniram em uma casa para orar, foram atacados e insultados, e suas casas e lojas foram roubadas. Quando a polícia chegou, os oficiais levaram todos para a delegacia, tanto os responsáveis pelo ataque como as vítimas. Depois, todos foram soltos e alertados para não entrarem em conflito novamente.
Nenhum dos responsáveis pelo ataque foi preso ou condenado. Após serem liberados, ameaçaram o dono da casa onde os cristãos se reuniram e forçaram sua família a deixar a casa, caso contrário, seriam mortos. Por isso, a família precisou se mudar para a capital do país, Cairo, e vive lá desde então.
Sem permissão para orar
Tudo isso se passou em uma pequena cidade chamada Khayari, no Alto Egito. Muçulmanos radicais na área não permitem que os cristãos construam uma igreja ou mesmo reformem alguma antiga que não é utilizada. Além disso, todas as vezes que os seguidores de Jesus se reúnem para orar em uma casa, são atacados com pedras e xingamentos. Os donos das casas são ainda mais visados.
A cidade se localiza em uma região chamada Minia, a capital da província. Cerca de 50% da população na área é formada por cristãos coptas. Essa é a mais alta concentração de cristãos no Egito e eles continuam ali mesmo não tendo uma igreja onde possam se reunir e orar.
Sem permissão para construir uma igreja
Apesar do grande número de cristãos, Khayari é cheia de muçulmanos radicais, que sabem que a lei está ao lado deles ou, pelo menos, não está contra eles. Por isso, têm um objetivo: atormentar cristãos, atacá-los, insultá-los, interrompê-los durante orações e arrastá-los para discussões. Cristãos são injustiçados e não têm ninguém que os proteja. Além das pressões da vida, eles ainda enfrentam perseguição diária.
Mesmo assim, armados com fé, perseverança e o que restou de esperança, cristãos locais compraram um terreno com algumas paredes já levantadas, porém sem telhado. Eles queriam construir sua futura igreja ali. Era um bom lugar para se reunir e orar. Entretanto, muçulmanos radicais descobriram e, além de roubarem todo o material e os equipamentos, destruíram o que já havia, deixando-os sem nada.
Apesar disso, eles não foram abandonados. Sabemos que o mundo causará problemas aos cristãos, mas o Senhor diz: “Deixo com vocês a paz; a minha paz dou a vocês. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o coração de vocês nem tenham medo” (João 14.27) e “Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno” (Mateus 10.28). A justiça para os cristãos não provém deste mundo. Com ou sem um lugar para orar, a esperança deles permanecerá.
Fonte: Portas Abertas