Preso lendo a Bíblia na cadeia (Foto: canva)
Preso lendo a Bíblia na cadeia (Foto: canva)

Um grupo de mulheres cristãs foi espancado por orar em voz alta em suas celas na prisão, na Nicarágua.

Conforme um relatório da Christian Solidarity Worldwide (CSW), uma organização que apoia cristãos perseguidos, divulgado na quarta-feira (6), as prisioneiras foram flagradas rezando com rosários e foram punidas por exercerem sua fé católica.

Elas não tiveram tempo ao ar livre e foram agredidas durante interrogatórios na penitenciária.

As mulheres estão entre os cristãos detidos pelo governo ditatorial de Daniel Ortega, que tem perseguido fieis e reprimido o cristianismo no país latino.

“Para começar, muitas dessas mulheres não deveriam estar na prisão”, denunciou a chefe de defesa da CSW, Anna Lee Stangl.

“Que prisioneiros de qualquer espécie estejam sendo submetidos a tratamento desumano como punição pelo simples exercício de suas crenças religiosas é injusto”.

O relatório ainda revelou que os presos políticos não têm direito de possuir uma Bíblia na prisão, o que é considerado uma violação no tratamento dos prisioneiros, segundo a ONU.

No dia 29 de fevereiro, o Grupo de Peritos em Direitos Humanos das Nações Unidas na Nicarágua (GHREN) também divulgou um relatório, mostrando o aumento da perseguição contra cristãos no país.

As violações citadas foram: cárcere privado de pastores, padres e membros, confisco de igrejas e suas propriedades, cancelamento de organizações ligadas a igrejas, e discurso de ódio em canais do governo, incitando a violência contra os cristãos.

O documento ainda denunciou a prisão de 14 pastores – 11 deles nicaraguenses e três norte-americanos – acusados falsamente de lavagem de dinheiro, em dezembro de 2023.

A Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) também se juntou na defesa dos cristãos perseguidos que foram presos.

“Apelamos (ao Departamento de Estado dos EUA e ao Tesouro dos EUA) para que imponham sanções financeiras e de vistos aos funcionários do governo da Nicarágua identificados no relatório e que são responsáveis ​​pelas contínuas e flagrantes violações que ocorrem no país”, pediu o comissário da USCIRF, Frank Wolf.

De 1º de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023, a Nicarágua registrou o fechamento, confisco ou destruição de 347 edifícios cristãos, classificando-se como o quarto país com maior incidência global nesse aspecto, ficando atrás apenas da China, Índia e Nigéria, de acordo com a Lista Mundial da Perseguição de 2024 da Portas Abertas, que avalia os países onde é mais difícil ser cristão.

Durante esse período, as autoridades nicaraguenses detiveram 38 cristãos, conforme relatado pela WWL.

A hostilidade manifesta do governo em relação aos cristãos durante o período resultou em um salto da Nicarágua da 50ª posição no ano anterior para o 30º lugar entre os 50 países onde a perseguição aos cristãos é mais intensa.

O relatório da Lista Mundial da Perseguição também destacou as restrições legislativas à liberdade religiosa na Nicarágua, bem como a prisão ou exílio de líderes religiosos.

Com informações de Guia-me e Baptist Press

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