Cristãos na Índia (Foto: Portas Abertas)
Cristãos na Índia (Foto: Portas Abertas)

A violência não cessa em Manipur. O conflito étnico-religioso que está devastando o estado na Índia já gerou mais de 30 mil deslocados internos. A comunidade cristã local já testemunhou mais de 120 mortes, 380 igrejas atacadas e destruídas, mais de mil casas incendiadas e mais de 250 vilarejos e espaços de comércio de cristãos atacados.

A tensão tornou Manipur um local hostil, com ataques constantes há mais de 80 dias. Após um longo período sem internet, desde a suspensão em maio, autoridades lcoais liberaram parcialmente o acesso à rede. Vídeos e imagens que mostram os ataques horríveis viralizaram nos últimos dias e têm indignado indianos e cristãos no mundo todo.

Vídeo viral

Uma das publicações mais recentes chamou a atenção ao mostrar duas mulheres cristãs da minoria kuki-zo que foram arrancadas de uma viatura da polícia por um grupo de homens da comunidade meitei, liderados pelo radical Arambai Tenggol. Eles tiraram as roupas das cristãs que foram exibidas nuas e molestadas.

O incidente despertou a indignação de pessoas por toda a Índia. A completa indiferança e negligência do governo local estão finalmente sendo questionadas. Não se entende porque a polícia não toma nenhuma ação para impedir os ataques e por que nenhum tipo de denúncia contra os violentadores foi feita, considerando-se que o rosto de cada um deles está nítido nos vídeos.

Pedimos aos nossos parceiros que não procurem ou divulguem o vídeo das cristãs. São imagens sensíveis que apenas aumentam a dor delas. O governo indiano já recebeu as imagens e está avaliando como lidar com os criminosos.

Impunidade

Desde o início da crise, nenhuma prisão foi feita, apesar das claras violações dos direitos humanos e a pressão de órgãos internacionais. Pela primeira vez, o Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, quebrou o silêncio e se pronunciou afirmando que a irá intervir com medidas severas contra os agressores. A Suprema Corte indiana já alertou que, se o governo não agir, a própria corte tomará as providências necessárias.

A parceira local da Portas Abertas Rachel Reddy (pseudônimo) disse que “é doloroso e chocante ver o vídeo e ouvir sobre esses incidentes terríveis. Desde que a internet foi parcialmente liberada, vemos os registros dos ataques hostis. Muitos crimes ficaram escondidos durante o período em que a internet foi suspensa. Nenhuma medida foi tomada. A justiça continua retida. Ainda há muita inquietação, ataques e brigas segundo cristãos locais”.

“Nossas orações e presença estão ajudando as vítimas do conflito. Os cristãos estão cercados por todos os lados, com disputas do lado de fora e o medo que toma o coração do lado de dentro. Não há trégua da violência. Os direitos humanos estão sendo violados com crueldade. Não conseguimos explicar o trauma que as mulheres, crianças e outras vítimas afetadas estão passando”, conclui Rachel.

Fonte: Portas Abertas

Comentários