Em debate realizado na noite desta segunda-feira na TV Record sem a presença do líder nas pesquisas, Sérgio Cabral (PMDB), os candidatos ao governo do Rio Carlos Lupi (PDT) e Vladimir Palmeira (PT) questionaram Marcelo Crivella (PRB) sobre o uso eleitoral da Igreja Universal do Reino de Deus, ligada à emissora.

Lupi disse que a igreja é um feudo de Crivella, ex-bispo. Vladimir afirmou que representantes da igreja a usam como centro de propaganda partidária. Crivella disse que é político e não pede a “irmãos que votem em irmãos”. Perguntado se a Universal atrapalhava sua campanha, o candidato do PRB disse:

– A igreja me ajuda e ajuda muito, tenho minha base entre os evangélicos. Quero dizer que sei separar muito bem o que é política e o que é religião. Entrei para a política não para evangelizar políticos, mas para politizar uma parcela importante da população. E não uso a cartilha do ‘irmão vota em irmão’, acho que irmão deve votar em bons projetos.

Crivella cobrou do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), José Gomes Graciosa, dados sobre a suposta compra de ambulâncias superfaturadas pelo ex-prefeito de Piraí Luiz Fernando de Souza, o Pezão, candidato a vice na chapa de Cabral.

– O senhor Graciosa está devendo essa resposta ao povo fluminense – afirmou Crivella.

No debate, Denise Frossard (PPS-PFL-PV) foi questionada sobre a contratação do sobrinho Marcelo Frossard para organizar seu gabinete de deputada federal, apesar de condenar o nepotismo.

-. Meu sobrinho é um advogado promissor, ficou dois anos, se sentiu desconfortável com a situação e saiu. Hoje não chamaria porque ele não aceitaria, mas não vejo problema nenhum. Não é nepotismo, assim como não é nepotismo o Robert Kennedy ser chamado pelo John Kennedy para trabalhar com ele. Não chamaria parentes para governar, mas se tivesse alguém com o perfil adequado, não teria problema – respondeu.

Um dos assuntos que dominou o debate foi o das alianças políticas. Vladimir comentou o apoio de Lula a Crivella:

– Lula deve ter quantos palanques quiser. E gostaria que os outros colegas apoiassem o Lula e mesmo o candidato do Garotinho, queria que apoiasse o presidente Lula. O PT nacional me dá a maior força, está interessado na minha campanha e o presidente Lula fez um pedido formal para que se vote em mim, que vai ao ar quase todo dia.

Palmeira questionou a coerência de Denise Frossard ao criticar os políticos profissionais e contar com o apoio de Cesar Maia, que está no terceiro mandato como prefeito do Rio. A candidata justificou dizendo que o pefelista teve uma profissão (professor de Economia) antes de entrar para a política.

– Comecei a vida política ao lado de Cesar, tarde, aos 50 anos. Fui candidata ao Senado puxando uma centro-esquerda.

O petista lembrou de uma crítica feita por Frossard ao candidato Eduardo Paes durante o debate da TV Bandeirantes por não ter exercido outra profissão antes de ingressar na política.

– Se você acha isso do Eduardo Paes, que é jovem, então ele (Cesar) é o próprio diabo – ironizou Palmeira.

Carlos Lupi, ex-aliado do casal Garotinho, disse que rompeu o ex-governador quando percebeu que ele misturava política com religião e usava o cheque cidadão para enganar os miseráveis.

– Rompi com eles porque os conheci bem, conheci como traem as causa populares. O Garotinho é um político que desonrou todos seus compromissos. Fui secretário de Estado deles. Eles não eram nada antes de Brizola. A partir do momento que vi que ele misturava política com religião, que usava o cheque-cidadão para enganar os miseráveis, o expulsamos do partido. Por isso digo que a ausência de Sérgio Cabral é a ausência de quem não pode se explicar. Que no grotão diz que quer o apoio do Garotinho e na capital quer esconder.

Fonte: ComuniWeb

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