Em visita a Santa Clara (centro de Cuba), o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, vai inaugurar neste sábado um monumento dedicado ao papa João Paulo II, quase cara a cara com mausoléu em honra ao guerrilheiro Che Guevara, herói da Revolução Cubana. Há dez anos, o Papa polonês celebrou uma importante missa na cidade.

Desde 1997, Santa Clara hospeda um mausoléu (e museu) não só do argentino Che, mas também em homenagem aos outros guerrilheiros que combateram juntos na selva boliviana. Além de belo ponto turístico, o monumento é um verdadeiro local de culto para militantes da esquerda latino-americana e européia.

E durante a histórica missão que fez a Cuba em janeiro de 1998, João Paulo II escolheu justamente essa cidade para celebrar sua primeira missa na ilha, em uma cerimônia realizada na esplanada adjacente do Instituto de Educação Física — bem perto de onde, em 26 de dezembro de 1958, Che Guevara travou a primeira batalha que iniciou a queda do regime ditatorial de Fulgencio Batista.

Nesta mesma esplanada, o cardeal italiano Bertone vai inaugurar, amanhã, o monumento, considerado muito importante pela conferência episcopal de Cuba e que foi projetado após a visita do Papa. Segundo a imprensa local, na cidade existem outras obras em nome de João Paulo, mas essa será a primeira em lugar público, ou seja, em terreno não pertencente à Igreja.

“Toda Cuba viveu momentos que marcaram para sempre sua história [com a visita do Papa]. Queremos que o monumento seja uma homenagem de todo o povo cubano a João Paulo II, em memória às gerações futuras”, disse o bispo de Santa Clara, monsenhor Arturo Gonzalez.

O monumento é composto de uma grande estátua de João Paulo II, com 2,20 metros de altura, acompanha de um sino e uma torre com uma cruz. Também estará presente uma imagem da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira da ilha, além das bandeiras de Cuba e da Santa Sé.

Fonte: Ansa

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