No bairro de Tepito, na Cidade do México, um altar é uma amostra de como a figura de um esqueleto feminino está se popularizando como objeto de devoção.

Nos últimos anos, até mesmo católicos aderiram ao culto. Acredita-se que até 8 milhões de pessoas podem ser seguidores da Santa Morte, um culto que já chegou a países da América Central e aos Estados Unidos.

Segundo os peregrinos, em troca de orações e oferendas, a Santa Morte oferece proteção e pode ajudar quando há algum problema difícil.

Alguns afirmam que a Santa Morte é o culto dos criminosos, mas, para muitos, ela é uma figura religiosa como qualquer outra.

“Todo tipo de pessoa acredita na Santa Morte. Pessoas boas usam para coisas boas, e pessoas más, para coisas más”, afirma um peregrino.

Enriqueta Romero, a mulher que criou o templo no bairro, defendeu o culto em entrevista ao correspondente da BBC Mundo no México, Julián Miglierini.

“Se a pessoa é um sequestrador e um bandido e também seguidor da Santa Morte, então é algo pessoal, cada um sabe o que faz. Sabemos que é errado, mas é algo pessoal”, disse.

[b]CRIME[/b]

Para alguns, a localização deste santuário é mais um sinal da ligação do culto aos criminosos.

A área de Tepito é considerada uma das mais perigosas da Cidade do México e acredita-se que seja um refúgio de criminosos.

O culto pode ter um grande número de seguidores em Tepito, mas se espalhou pelo México, um país muito católico. E a Igreja Católica do país não esconde sua desaprovação.

“O culto é completamente rejeitado, é superstição e tem um elemento diabólico. A Santa Morte é inaceitável, é impossível ser católico e ser devoto da Santa Morte”, afirma o porta-voz da Igreja no México, Hugo Valdemar.

Para José Gil Olmos, autor de um livro sobre o assunto, o sucesso do culto se deve a própria hierarquia da Igreja Católica.

“Este é um reflexo muito claro da crise na Igreja Católica em seus níveis mais baixos. Suas brechas estão sendo preenchidas por outros cultos e crenças, pois no México existem estes santos populares e cultos”, afirmou.

[b]Fonte: Folha Online[/b]

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