O Dalai Lama disse ontem não excluir a possibilidade de que seu sucessor possa ser uma mulher ou que possa ser conhecido mesmo enquanto ele ainda estiver vivo.
Durante visita à cidade de Milão, no norte da Itália, o líder religioso tibetano explicou, que “se for mais útil para o Lama, pode reencarnar” em uma mulher.
Acrescentou ainda que, segundo “o Buddha Dharma (ensinamentos de Buda), homens e mulheres têm direitos iguais”.
Tenzin Gyatso (nome de batismo do atual Dalai Lama), de 72 anos, disse que o 15º Dalai Lama do Tibete pode ser reconhecido ainda durante sua vida, já que, “para a tradição tibetana, existem reencarnações em vida”.
O Dalai Lama chegou anteontem a Milão para uma visita de 11 dias à Itália, durante a qual também passará por Roma, onde participará de uma reunião de vencedores do Prêmio Nobel da Paz, distinção que recebeu em 1989.
Não há previsão de que seja recebido por alguma autoridade do Governo italiano durante esta passagem pelo país.
O Dalai Lama explicou que a natureza de sua visita “não é política” e que não quer “criar problemas” ao Estado nem às autoridades dos países que visita.
O líder religioso tibetano realizará em Milão, a partir de hoje, três dias de cursos sobre como percorrer “o caminho da paz interior”, que contaram com a inscrição de quase oito mil pessoas.
O Nobel da Paz de 1989 explicou que a paz interior é a condição necessária para conseguir a paz no mundo, pois é preciso “melhorar o homem desde seu aspecto mais profundo”.
Acrescentou que “todas as grandes religiões, mesmo que sejam diferentes, têm uma enorme capacidade para realizar a paz interior”.
Durante seu primeiro dia de atividades em Milão, o Dalai Lama foi recebido durante uma hora pelo arcebispo da cidade, o cardeal Dionigi Tettamanzi.
Fonte: EFE