Igreja e política, direitos humanos, ética, aborto, ensino religioso: alguns dos temas principais da campanha eleitoral foram discutidos na mesa-redonda promovida pela Arquidiocese do Rio, reunindo quatro candidatos católicos a deputado federal.

Mais de 200 pessoas – especialmente professores e leigos ligados a instituições de ensino – acompanharam o debate no auditório do Edifício João Paulo II. “A Igreja não tem candidato, mas acredita ser importante abrir espaço para que os católicos na política exponham suas propostas e idéias”, explicou o bispo-auxiliar do Rio, Dom Dimas Barbosa, que intermediou o encontro.

Os temas escolhidos para a apresentação inicial dos candidatos foram pinçados da Doutrina Social da Igreja. Ex-secretário de Justiça e Direitos do Cidadão, Hugo Leal falou de Direitos Humanos e Diálogo, caminhos para a Paz; a defesa da vida foi o assunto do ex-deputado estadual Carlos Dias; o deputado federal Antônio Biscaia discorreu sobre ética na política; e João Batista teve como tema o ensino religioso. “É importante que a sociedade tenha consciência que só a multiplicação de debates como esse pode transformar a política. O voto é apenas um momento do processo democrático. É preciso participar sempre”, afirmou Hugo Leal, candidato a deputado federal pelo PSC.

Fiel à sua formação de advogado, Hugo destacou o combate à discriminação durante sua exposição sobre os direitos humanos, lembrando que a Doutrina Social da Igreja prega a defesa intransigente da dignidade humana e o acolhimento a todos. Membro da União dos Juristas Católicos e da Pastoral dos Católicos na Política, ele lembrou o líder africano Nelson Mandela ao encerrar sua palestra. “Mandela dizia que a criança nasce sem odiar ninguém por sua raça, sua cor, suas idéias e sua condição social. Quem ensina o ódio é a sociedade. Quem aprende a odiar, também pode aprender a amar. Cabe a nós, cristãos, a construção dessa civilização do amor onde todos queremos viver”, afirmou Hugo Leal.

Após as palestras dos quatro candidatos, o público pôde fazer perguntas aos candidatos. Legalização do aborto, das drogas e da prostituição, as denúncias contra o Governo Lula, reforma política, fidelidade partidária, crise econômica, a polêmica sobre o ensino religioso nas escolas públicas e outras temas foram abordados pelos candidatos católicos. “A dignidade do ser humano é um princípio cristão e deve ser defendida em todos os aspectos. Projetos pela legalização da prostituição, do aborto ou das drogas serão sempre repudiadas pelos católicos”, resumiu Hugo Leal ao responder sobre um projeto em tramitação no Congresso sobre a prostituição.

O encontro foi encerrado por Dom Edney Gouvêa Mattoso, bispo-auxiliar e bispo para a educação da Arquidiocese do Rio, que voltou a lembrar que a Igreja não tem candidato, mas convocou os candidatos católicos a deputado federal a formarem o Partido do Brasil. “Precisamos da união de todas as pessoas de boa vontade para transformarmos nosso país, para construirmos um Brasil mais justo e solidário, usando a educação como forma de promoção e valorização do ser humano”, afirmou Dom Edney.

Fonte: Panorama Regional

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