Junior Brunelli disse que só recebeu dinheiro uma vez de delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, que, ao juiz disse que pagava até R$ 20 mil de propina por mês.

O ex-deputado distrital Junior Brunelli (ex-PSC), protagonista do que episódio que ficou conhecido como “oração da propina”, negou nesta quarta-feira (21), durante audiência de instrução na 2ª Vara de Fazenda Pública de Brasília, que recebesse mesada do suposto esquema de corrupção conhecido como mensalão do DEM.

Brunelli afirmou ter ficado “surpreso” ao receber R$ 4 mil das mãos do delator do suposto esquerma, Durval Barbosa.

“Eu agradeci. Foi surpresa. Estava em tempo de campanha, precisava do dinheiro”, afirmou. Na audiência, Brunelli ficou frente a frente com Durval Barbosa, que também depôs como testemunha de acusação.

O ex-deputado disse que o dinheiro foi entregue ao seu tesoureiro. Ele não soube explicar porque o dinheiro não consta na prestação de contas da campanha. “Só após a ocorrência dos fatos percebi que os valores não estavam na prestação de contas, mas não indaguei ao tesoureiro o motivo.”

Brunelli disse que não sabia da origem do dinheiro e que não recebeu outros valores de Barbosa. Ele afirmou ter tido apenas três encontros com Durval Barbosa. Ao ser questionado pelo juiz e pelo Ministério Público sobre a “oração da propina”, o ex-deputado disse que na época estava sofrendo retaliações do governo Arruda porque ele estaria trocando o DEM pelo PSDC. Brunelli disse que a oração foi feita a pedido de Durval Barbosa.

Em seu depoimento, Durval Barbosa afirmou que fez pagamentos mensais ao ex-deputado entre 2003 e 2006. O valor variava entre R$10 e 20 mil e Brunelli sabia que se tratava de dinheiro ilícito, disse. “Também contribuía para eventos religiosos na igreja dele. Não sei dizer quanto eu paguei a ele, mas sei que foi uma quantia vultosa.”

Barbosa disse que o então deputado Leonardo Prudente e Brunelli rtinham uma parceria para obtenção de dinheiro ilícito. “O Leonardo Prudente sempre usou o [Brunelli] Junior que era mais arrojado”, disse.

Prudente foi o último a ser ouvido na audiência desta quarta. Ele é conhecido como “deputado da meia”, por ter sido gravado colocando dinheiro recebido de Durval Barbosa nas meias. Ele foi convocado por Brunelli como testemunha de defesa.

Prudente negou que soubesse sobre a colaboração de Durval Barbosa para a campanha de Brunelli. “Só tenho conhecimento de que eles estiveram juntos para apoio político”, disse.

Em relação a sua presença no vídeo da oração, Prudente disse que foi chamado por Durval para ir na sala dele e que Brunelli passava por problemas com o governo e vinha reclamando de promessas não compridas na campanha. Ele disse lembrar que Durval Barbosa pediu para Brunelli fazer a oração alegando estar passando por dificuldades familiares.

O ex-chefe da Casa Civil do governo José Geraldo Maciel também foi convocado para a audiência de instrução desta quarta, mas não compareceu. O juiz Álvaro Ciarlini convocou a próxima sessão para o dia 24 de abril. Devem ser ouvidos o ex-governador José Roberto Arruda, o ex-chefe de gabinete do governo Domingos Lamoglia e o ex-chefe da Casa Civil José Geraldo Maciel.

[b]Fonte: G1[/b]

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