Ministro do STF, Dias Toffoli
Ministro do STF, Dias Toffoli

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, decidiu hoje derrubar a decisão que determinava que a Netflix retirasse do ar o especial de Natal do humorístico Porta dos Fundos.

A suspensão havia sido decidida na véspera em caráter liminar pelo desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O magistrado havia determinado que o vídeo, que retrata Jesus Cristo como um homossexual, saísse do ar para “acalmar os ânimos” da sociedade.

A Netflix apresentou nesta quinta-feira (9) uma reclamação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a liminar do desembargador Benedicto Abicair .

“Ante o exposto, e sem prejuízo de nova apreciação do tema pelo e. Relator, defiro a liminar para suspender os efeitos das decisões proferidas no AI Nº 0083896-72.2019.8.19.0000 e no AI Nº 0343734- 56.2019.8.19.0001. Cite-se a parte beneficiária da decisão reclamada. Na sequência, dê-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República. Comunique-se”, relata a decisão de Toffoli.

Na decisão do dia anterior, o desembargador Abicair alegava ver “com bons olhos todo e qualquer debate ou crítica à religião, racismo, homossexualidade, educação, saúde, segurança pública e liberdade de imprensa, artística e de expressão, desde que preservados a boa educação, o bom senso, a razoabilidade e o respeito à voz do outro”. “Caso contrário passa-se à agressão verbal, muitas vezes com desdobramentos físicos”, disse.

Hoje, antes da decisão de Toffoli, a Netflix havia se pronunciado sobre o caso nas redes sociais. “Sobre o especial do Porta dos Fundos: apoio fortemente a expressão artística e vou lutar para defender esse importante princípio, que é o coração de grandes histórias”, comunicou.

A empresa, que acionou o Supremo para manter o especial no ar, alegava que o especial possuía classificação indicativa para maiores de 18 anos. O vídeo, que não chegou a sair do ar, é indexado no serviço como sátira.

O filme

Em síntese, o filme conta que ao regressar de uma viagem de 40 dias pelo deserto, Jesus é surpreendido com uma festa de aniversário para celebrar os seus 30 anos. A certa altura, seus pais, Maria e José, revelam que ele foi adotado e que seu verdadeiro pai é Deus. Um dos convidados para a festa é uma prostituta chamada Telma, provavelmente fazendo menção à Maria Magdalena.

No filme, os pais de Jesus (Gregório Duvivier), José (Rafael Portugal) e Maria (Evelying Castro), são retratados como corno e maconheira. Jesus tem o estereótipo de um estudante universitário militante gay de esquerda e fã de boy bands, que tem um relacionamento amoroso com Orlando (Fábio Porchat). Durante o desenrolar do filme, Deus Pai (Antonio Tabet) é apresentado como um “tarado”. Deus dá a missão à Jesus para espalhar sua palavra pelo mundo. No entanto, o Jesus do filme escolhe a vida de um típico jovem esquerdista, longe de responsabilidades e do trabalho.

No ano passado, o grupo Porta dos Fundos também mostrou sua acidez profana contra os cristãos em seu especial de Natal “Se Beber, Não Ceie”. A sátira copiou o enredo de “Se Beber, Não Case!”, mostrando os apóstolos de Cristo depois de uma ressaca pós-a Última Ceia da Páscoa, percebendo que Jesus havia desaparecido.

Fonte: UOL

Comentários