Maria (Juliana Xavier) dando à luz Jesus
Maria (Juliana Xavier) dando à luz Jesus

Escrita por Paula Richard, a novela “Jesus“, da Record TV, está dando o que falar por mostra Maria como uma mortal comum e nada além disso, contrariando o que pensa a Igreja Católica.

A ideia traz embutida uma provocação aos católicos, de acordo com a revista Veja, edição 2595, de 15 de agosto de 2018.

“Na produção da Record, Maria é uma mulher abençoada, mas mortal comum. A ideia traz embutida uma provocação aos católicos. Ao questionar a virgindade eterna de Maria, a emissora de Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, reincide em uma velha fixação: o ataque a Nossa Senhora. Certamente, não é um golpe chulo como o “chute na santa” — pontapé desferido em uma imagem de Nossa Senhora Aparecida por um pastor da Universal na TV, em 1995. Mais calejados, os bispos da Record aprenderam a fazer a coisa com jeitinho: a novela dá um chute simbólico na santa“, diz a matéria da Veja.

“Na novela, fica logo claro que Jesus tinha outros irmãos de sangue. Também se mostra o parto de Cristo em cores vívidas, com um nervoso José dando apoio, como um pai moderno, e Maria urrando de dor — na contracorrente da tradição católica, em que ela não teve a virgindade corrompida nem ao dar à luz (portanto, não teria sentido dores)”, continua a matéria da revista.

Em recente entrevista, Cláudia Mauro falou sobre a personagem na segunda fase da trama. “Sempre faço boas mães, mulheres e esposas do bem. Mas agora é o auge do que poderia fazer de generosidade e exercício da maternidade, com a diferença que Maria é uma mulher iluminada. Ela tem sabedoria e foi escolhida como um instrumento. E saber dosar isto é o grande desafio”, falou.

A revista diz ainda que há um “indisfarçável cheiro de confronto no ar“ e lembra que em Apocalipse, empreitada bíblica anterior da emissora, o papa era o Anticristo.

No início deste mês, o bispo da Diocese de Palmares, no Recife, opinou sobre a trama bíblica da Record TV, no Facebook.

“Aquele Jesus é o Jesus da Universal, não é o Jesus das Escrituras; é o evangelho segundo Edir Macedo e seus espúrios interesses. Quanto à Toda Santa Mãe de Deus, odiada pelos inimigos de Cristo e por Satanás, aquela maria da Record, não tem nada a ver com ela!”, disse o bispo católico.

Para o pastor e teólogo presbiteriano Valdinei Ferreira, a virgindade de Maria está ligada com a a rejeição do sexo.

“A visão protestante naturaliza Maria. No fundo, o dogma da virgindade perpétua está ligado à rejeição do sexo. Por que não podemos retratar Maria do jeito que acreditamos?”, diz o pastor, tocando na questão central da liberdade religiosa.

Apesar da defesa da “Virgem naturalizada”, o pastor ironiza a motivação peculiar da agenda da Universal: “Eles têm tanta necessidade de hostilizar os católicos porque estão brigando pelo mesmo lugar no imaginário dos fiéis, com seus grandes templos e eventos”.

Fonte: Veja.com

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