Edir Macedo é líder e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (Foto: Reprodução)
Edir Macedo é líder e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (Foto: Reprodução)

O bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e proprietário da Rede Record, ingressou com uma ação judicial contra a Netflix em outubro, solicitando a remoção de imagens suas do documentário “O Diabo no Tribunal”. A produção, lançada em 2022, aborda um julgamento nos Estados Unidos em que a defesa tentou usar a alegação de “possessão demoníaca” como justificativa para um assassinato, argumento rejeitado pela Justiça americana.

No processo, Edir Macedo e o bispo Renato Cardoso, coautor da ação e apresentador do programa The Love School, afirmam que o documentário exibe imagens captadas em cultos da Universal. Segundo eles, essas cenas, que retratam “sessões de libertação”, foram usadas sem autorização e fora de contexto, conectando indevidamente a Universal a eventos abordados no filme.

“As imagens pessoais foram incluídas no filme sem a devida autorização no âmbito de um entretenimento claramente sensacionalista e de temática perturbadora, qual seja, uma possessão demoníaca e um posterior assassinato brutal”, afirmam os bispos na ação.

Eles pedem que as imagens sejam removidas do documentário e, caso isso não seja tecnicamente viável, que os rostos sejam desfocados para evitar identificação.

Defesa da Netflix

Em resposta, a Netflix argumentou que o documentário tem caráter informativo e que as imagens dos bispos foram utilizadas dentro de um contexto geral, ilustrando o embate entre líderes religiosos e fiéis supostamente “possuídos”.

A empresa nega qualquer vínculo entre a Igreja Universal e os fatos narrados no filme, afirmando ainda que os rostos dos bispos não são exibidos de forma clara, dificultando sua identificação.

Próximos passos

O caso está sendo analisado pela Justiça de São Paulo e deve ser julgado nas próximas semanas. Este é o primeiro processo judicial movido por um proprietário de uma grande empresa de comunicação brasileira contra a Netflix.

Nem Edir Macedo, via Igreja Universal, nem a Netflix comentaram oficialmente sobre o caso até o momento.

Fonte: F5 – Folha de S. Paulo

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