Ramy Kamel ficou preso por 2 anos no Egito. (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Ramy Kamel ficou preso por 2 anos no Egito. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Ramy Kamel, um ativista cristão copta que se manifestou contra os maus-tratos enfrentados pelos cristãos coptas no Egito, foi libertado da prisão no sábado (8) depois de passar mais de dois anos detido.

Kamel foi acusado pelo governo egípcio de financiar uma organização terrorista, difamação e usar as mídias sociais para propagar “notícias falsas que ameaçam a ordem pública”.

No entanto, grupos de defesa indicam que ele foi preso por causa de seu jornalismo e ativismo pelos direitos humanos.

Em 30 de dezembro, dias antes de sua liberdade, a Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos (USCIRF) havia emitido uma declaração pública pedindo a libertação de Kamel devido à sua condição de asma, que o coloca em maior risco se contrair Covid-19 em detenção.

A libertação de Kamel foi celebrada por organizações como In Defense of Christians (IDC) e International Christian Concern (ICC), mas destacaram que o Egito ainda precisa avançar no tratamento igualitário aos cristãos coptas.

“Aplaudimos o governo egípcio pela libertação de Ramy Kamel”, disse o diretor da IDC, Richard Ghazal. “[Mas] ainda há muito mais trabalho a ser feito para proporcionar aos cristãos coptas uma cidadania igualitária em sua terra natal”.

Apesar dessa vitória, o presidente do ICC, Jeff King, lembrou: “O histórico de direitos humanos do Egito é igualmente claro: a situação é muito ruim. E para os cristãos, que já são forçados a viver à margem da sociedade, as consequências podem ser devastadoras”.

A libertação de Kamel também foi elogiada por Kenneth Roth, diretor do Human Rights Watch.

“Ótimo que o governo egípcio do presidente Sisi finalmente libertou o ativista dos direitos coptas Ramy Kamel depois de forçá-lo injustamente a passar dois anos detido. Ele nunca deveria ter sido preso. Existem dezenas de milhares de egípcios presos como ele”, disse no Twitter.

Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, emitiu uma declaração ao site Al-Monitor incentivando “o governo do Egito a continuar liberando mais detidos de longo prazo”.

Sobre a prisão

Kamel foi emboscado e preso em sua casa em 23 de novembro de 2019, depois de documentar ataques a igrejas cristãs coptas no Egito.

Após sua prisão, que foi realizada sem mandado, a polícia também confiscou seus documentos pessoais, computador, celular e sua câmera.

A prisão de Kamel também ocorreu logo depois que ele solicitou um visto suíço para participar do Fórum das Nações Unidas sobre Questões Minoritárias, em Genebra, como palestrante sobre o deslocamento forçado e a discriminação contra cristãos coptas.

“Acredita-se que Kamel tenha sido agredido fisicamente pela polícia como meio de adquirir suas senhas para seus dispositivos eletrônicos e que tenha enfrentado outros meios de tratamento cruel na prisão, incluindo a negação de medicamentos para sua asma e hipertensão”, informa a Jubilee Campaign, organização que luta pelos direitos humanos e a liberdade religiosa.

A Portas Abertas classificou o Egito como o 16º pior país do mundo em perseguição aos cristãs em sua Lista Mundial da Perseguição de 2021. O Egito abriga mais de 16 milhões de cristãos dentro de sua população de mais de 100 milhões de pessoas.

Fonte: Guia-me com informações de The Christian Post

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