Pouco mais de duas semanas após ter sido preso, e posteriormente solto, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro voltou a pregar no domingo em uma igreja evangélica na qual atua como pastor, em Santos (SP). No culto, Ribeiro afirmou que está de “coração partido” por ser alvo de acusações de irregularidades na pasta e prometeu que irá apresentar explicações “no momento oportuno”.
Ribeiro participou de dois cultos no domingo, um de manhã e outro de tarde, na Igreja Jardim de Oração. As falas foram noticiadas inicialmente pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
“Uma das coisas que eu tenho mais lutado, e que tem mais me ferido nestes tempos é claro que é o meu nome, o nome da minha família, mas o nome de Deus. Isso tem me deixado o coração partido. Mas tudo a seu tempo. Eu aguardo, estou aprendendo”, declarou o ex-ministro, na primeira pregação.
Ribeiro disse que gostaria de se explicar “para a igreja”, mas que no momento isso não é possível:
“É claro que Deus tem, nesses momentos que tenho passado, e que eu gostaria de explicar para a igreja, mas não posso. E que no momento oportuno isso vai ser feito. Eu gostaria de dizer que, na verdade, essa igreja tem sido uma igreja amiga, irmã. Sei que muita gente, se não a totalidade, tem orado por mim.”
O ex-ministro foi preso no dia 22 de junho, suspeitas de envolvimento em corrupção e tráfico de influência durante sua gestão à frente do Ministério da Educação. Na mesma ocasião também foram presos os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que atuavam como lobista na pasta. Os três foram soltos um dia depois, por decisão do Tribunal Regional Federação da 1ª Região (TRF-1).
Na noite de domingo, Ribeiro participou de outro culto e afirmou que sua igreja “nunca teve” a intenção de “mexer com o dinheiro” dos fiéis.
“Nossa igreja não tem, e nunca teve, objetivo nenhum de mexer com o dinheiro de você, o seu dinheiro. Nunca teve Por isso, ao me ver envolvido em coisas dessa natureza, minha tristeza só se redobra. Nunca tivemos.”
O ex-ministro também pediu a “benção” de Deus para o presidente Jair Bolsonaro:
“Pedimos a tua bênção sobre o nosso país, e como a tua palavra nos ensina, tua benção sobre a vida do nosso presidente. Guarda, protege e dirige a vida dele, para que ele cumpra o teu propósito e faça aquilo que for bom para toda a sociedade brasileira.”
Quando Ribeiro deixou o cargo, em março, Bolsonaro chegou a dizer que colocaria a “cara no fogo” pelo seu ex-auxiliar. Após a prisão dele, o presidente disse que havia exagerado na expressão, mas continuou defendendo Ribeiro.
Fonte: Extra e UOL