Uma escola cristã de Pernambuco está sendo acusada de promover discurso homofóbico após criticar nas a campanha publicitária do Burger King, que usa relatos de crianças para apoiar a causa LGBTQIA+.
Em uma publicação no Instagram no sábado (26), a escola Eccoprime, localizada em Camaragibe, no Grande Recife, alertou que as crianças estão sob ataque diante de uma campanha que “naturaliza este discurso na voz das crianças”.
“Este é apenas um dos muitos ataques que eles enfrentam todos os dias, sem antes estarem preparados. Nós, como pais, precisamos defender os nossos filhos e nos posicionar!”, disse a escola.
A Eccoprime é uma escola particular localizada no bairro de Aldeia, que oferece educação bilíngue e cristã, do berçário até o 9º ano. Baseada em ensinamentos bíblicos, a instituição informou que oferece um Centro de Treinamento de Pais Cristãos (CT), “com o intuito de nos armarmos contra estas e outras setas inflamadas do inimigo!”
O post se espalhou pelas redes sociais com o apoio de pais conservadores, mas também com o repúdio de críticos. Denúncias contra a escola foram feitas na Ouvidoria do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que informou em nota que a 3ª Promotoria Cível de Camaragibe na área de Educação fará a “apuração dos fatos”.
Já a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco encaminhou o caso ao Centro Estadual de Combate à Homofobia, ligado à Secretaria Executiva de Direitos Humanos, a fim de analisar “o conteúdo e as providências cabíveis”.
Ações judiciais têm como base a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) feita em junho de 2019, que determinou que a discriminação de pessoas por orientação sexual e identidade de gênero seja considerado crime de racismo.
O deputado estadual, pastor Cleiton Collins (PP), realizou uma visita à escola nesta segunda (28), prestando solidariedade à instituição.
“Quem tem que ser processado é a Burger King por infringir a Lei mais perfeita do Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). É papel da escola preservar a imagem das crianças, a rede de fast food saiu dos limites. Vamos sempre ficar ao lado das nossas crianças e da lei”, disse Collins ao Portal de Prefeitura.
A deputada estadual Clarissa Tércio (PSC) também apoiou o posicionamento da escola. “Parabéns a escola pelo firme posicionamento, em favor das nossas crianças! A família de bem brasileira aplaude de pé atitudes como essa e glorifica a Deus pela vida dos envolvidos! Permaneçam firmes e contem conosco!”, disse nas redes sociais.
Liberdade de religião e expressão
Sobre o tema, a escola reitera: “Respeitamos as diferenças, mas cremos no que a Bíblia diz. E a Bíblia diz que a homossexualidade é pecado, é não natural e não normal. Respeito sim, mas considerar normal não”.
Em outra publicação, a Eccoprime destaca que não é homofobia dizer que as crianças devem aprender o padrão bíblico. “Dizer que uma campanha LGBT envolvendo crianças está errada e é perigosa é homofobia e discurso de ódio?”
Nesta segunda (28), a escola publicou uma nota oficial de posicionamento, lembrando que “amar não é concordar” e “discordar não é odiar”. “A Eccoprime reitera seu posicionamento de que os pais cristãos devem estar atentos e proteger seus filhos de campanhas publicitárias promotoras da sexualidade precoce”, disse.
A instituição reitera que é contra qualquer tipo de violência contra a comunidade LGBTQIA. “Rejeitamos qualquer discurso ofensivo à dignidade humana, ou mesmo qualquer espécie de preconceito ou discriminação”.
Por isso, destaca que, como uma instituição cristã, é contra a homofobia e a transfobia. “O respeito e amor por todas as pessoas são valores inegociáveis para a Eccoprime”.
A escola agradeceu ainda as mensagens de apoio e orações, e lembra que segue no direito de expressar suas concepções e valores bíblicos sobre o tema, sem qualquer propósito de disseminação de ódio e desrespeito.
Fonte: Guia-me com informações de G1 e Folha de S. Paulo