Idealizada para apontar potencialidades e dificuldades dos deficientes, a Campanha da Fraternidade 2006 pode ter servido de trampolim para um caso de estelionato em Bauru.

Com problema na mão e na perna direitas e ainda alegando necessidade em fazer cirurgia, um homem de 38 anos angariou R$ 4.200,00, na porta do Santuário Nossa Senhora de Fátima e da Paróquia São Judas Tadeu.

Mas o caso acabou na polícia porque, pressionado, o próprio deficiente disse ao padre que não havia cirurgia marcada, como afirmara anteriormente. Preocupado com a possibilidade do rapaz pedir dinheiro em outras igrejas, o pároco procurou o Plantão Policial anteontem.

Também consta ainda na ocorrência que, na última sexta-feira, o acusado levou correntes e cadeado para trancafiar uma funcionária do santuário, em retaliação às desconfianças dela quanto a sua idoneidade. A corrente chegou a ser instalada num dos três portões da igreja.

Ainda em função da insatisfação com as sucessivas perguntas feitas pela mulher, na mesma ocasião, o homem também levou uma faca para ameaçá-la. A arma foi entregue ao pároco que, por sua vez, a encaminhou à polícia.

R$ 17 mil

O acusado também confessou ao sacerdote que estava em Bauru há pouco mais de dois meses, período em que conseguiu arrecadar cerca de R$ 17 mil por meio de campanha em outras igrejas. O valor estaria depositado numa conta de uma agência bancária de Campinas, onde mora. Mas o objetivo dele era levantar R$ 20 mil, montante necessário para que a cirurgia corretiva de seu punho direito – não custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – fosse realizada.

Essa foi a informação que ele prestou nas paróquias por onde passou, sensibilizando padres e fiéis. O caso será investigado pelo 3º Distrito Policial, que vai instaurar inquérito. Como o estelionato ainda será investigado, o nome do acusado foi preservado. A pena prevista para o delito varia de um a cinco anos de reclusão. O nome do pároco também não foi divulgado para evitar constrangimentos.

Fonte: Jornal da Cidade de Bauru

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