O ex-ministro da Suprema Corte de Justiça do México Juventino Castro y Castro afirmou ontem que existem “elementos suficientes” para abolir os Legionários de Cristo, após esta congregação ter minimizado denúncias de abusos sexuais cometidos por seu fundador, o sacerdote Marcial Maciel.

“Há elementos suficientes para que o Ministério Público inicie uma investigação que conduza a sanções ou a uma declaração de seu desaparecimento”, comentou Castro y Castro, que atualmente é deputado federal pelo opositor Partido da Revolução Democrática (PRD).

A congregação foi fundada em 1941 no México por Maciel e reconhecida pelo Vaticano em 1983. Acusado de cometer abusos sexuais, o sacerdote faleceu em 31 de janeiro de 2008, aos 87 anos.

Em fevereiro do ano passado, os Legionários de Cristo confirmaram as denúncias que apontavam que o religioso tinha uma filha com uma amante. Posteriormente, outros filhos se identificaram, entre eles Raúl González, que afirma ter sido abusado pelo próprio pai aos oito anos de idade.

Segundo a ordem religiosa, Gongález teria pedido US$ 26 milhões para não falar sobre o assunto, acordo recusado pela congregação.

Recentemente, os Legionários de Cristo publicaram uma carta enviada pelo padre Carlos Skertchly em 12 de janeiro ao filho do fundador da congregação, na qual o valor é rechaçado.

“Compreendemos toda a dor e o sofrimento que foi nos relatado, e deploramos o mal que o escândalo possa ter gerado. Não acolheremos nunca pedidos deste gênero [dinheiro, ndr.], que além de tudo são ilícitos. Preferimos buscar e enfrentar a verdade, por mais dolorosa que seja”, diz o documento.

Atualmente a congregação Legionários de Cristo é composta por 800 sacerdotes e 2.600 seminaristas, em vários países.

Fonte: EFE

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