Victor Stenger, professor de física, se dedica a propagar a ideia de que a ciência seria capaz de comprovar ou refutar a existência de Deus.

Para o professor de física da Universidade do Havaí e professor de filosofia da Universidade do Colorado, Victor Stenger, religião se discute. Tanto que ele se dedica a propagar a ideia de que a ciência seria capaz de comprovar ou refutar a existência de Deus.

[img align=left width=300]http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,68066556,00.jpg[/img]Apesar de muitos pesquisadores afirmarem que a ciência é neutra em relação à religião, 93% deles dizem que não acreditam que exista um Deus, segundo uma pesquisa feita pela Academia Nacional de Ciências dos EUA. “Isso nos faz pensar dos motivos pelos quais essa elite intelectual se difere de população em geral. E a resposta óbvia é a ciência”, argumenta Stenger.

De acordo com o físico, mesmo com essa noção de que “religião não se discute” sendo muito usada em seu meio, ele acredita que Deus seja uma questão científica de extrema importância e, logo, deveria ser mais investigada. Afinal, as perguntas fundamentais da humanidade são “de onde viemos”, “o que somos” e “para onde vamos” – e, em todas elas, uma entidade divina teria um papel fundamental.

“Podemos pensar na existência de Deus como uma hipótese e, então, analisar a evidência empírica dela. Afinal, várias religiões dão a seus deuses características que podem ser testadas”, conta Stenger. “Se a ciência se deparasse com uma situação que não pode ser considerada natural, poderíamos passar a considerar a possibilidade de um mundo além da matéria e de um criador”, explica.

[b]Pesquisas[/b]

O físico enumera experimentos que, em sua opinião, já deveriam ter provado Deus como o conhecemos. Como várias religiões apostam no poder da oração para pedir por intervenções divinas, cientistas tentaram provar a sua eficácia – e teriam descoberto que a taxa de sucesso da oração é a mesma do efeito placebo. “Ou seja, esse poder está em sua mente”, afirma Stenger.

“Outra questão é a moralidade. Se ela vem de uma fonte divina, as pessoas religiosas deveriam se comportar melhor do que as outras. Mas a história mostra que, em média, não há essa diferença de comportamento e sabemos que existiram assassinos impiedosos que eram religiosos”, conta.

Stenger também discute a criação dos humanos. Para ele, se fôssemos a criação mais especial divina, o Universo deveria ser feito sob medida para nós. “Mas ele não é. Temos que nos adaptar – e os dias de hoje mostram que essa adaptação não é fácil”, conclui.

Depois de analisar estudos que buscaram revelações, evidências do criacionismo e explicações para milagres, o professor está convencido de que Deus não existe. Ou, pelo menos, os deuses das religiões mais conhecidas. Afinal, ele não descarta a ideia de um ser que poderia ter criado o Universo “por diversão” e depois ter nos abandonado. Ou então de uma divindade que prefere se manter escondida. “Mas qual é o sentido de adorar uma criatura destas?”, argumenta.

[b]Fonte: Revista Galileu on-line[/b]

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