Os esforços de grupos terroristas para islamizar a República Democrática do Congo têm levado cristãos à morte no país. (Foto: World Watch Monitor)
Os esforços de grupos terroristas para islamizar a República Democrática do Congo têm levado cristãos à morte no país. (Foto: World Watch Monitor)

Os cristãos na cidade de Oicha, na República Democrática do Congo (RDC), enfrentam sofrimento após o assassinato de pelo menos 30 membros da igreja local, incluindo crianças, em ataques recentes.

Na terça-feira (24), homens armados invadiram Masosi, um bairro de maioria cristã em Oicha, na província de Kivu do Norte. Um líder jovem cristão local chamado Mumbere contou sobre a investida dos extremistas religiosos:

“Quando as pessoas ouviram tiros no início, pensaram que ladrões haviam entrado na aldeia, o que não é incomum. Mas quando os tiros continuaram por uma hora, eles perceberam que se tratava das Forças Democráticas Aliadas (ADF) [que tem ligações com o Estado Islâmico].”

Segunda a Portas Abertas UK, os cristãos foram mortos quando começaram a correr em busca de segurança. Aqueles que não conseguiram fugir foram queimados em suas casas.

Pelo menos 26 corpos, incluindo os de 12 crianças, foram identificados, mas o número de mortos pode ser maior, com muitos cristãos dados como desaparecidos.

“Eles foram abatidos como animais”, disse uma testemunha ocular cristã.

Lojas também foram saqueadas. Masosi foi esvaziada da sua população, com a maioria fugindo para bairros mais seguros.

Quatro mortos a caminho da fazenda

Dois dias antes, no domingo (22), Mumbere Kafukuliro e Mbambu Ndalya, ambos da Escola Pastoral de Oicha, foram mortos enquanto se dirigiam à sua propriedade.

Em 4 de outubro, foi relatado o assassinato do Pastor Mbusa Lisasi, pai de seis filhos, e de seu irmão Kakule Lisasi, que haviam sido sequestrados em sua ida à propriedade em 30 de setembro.

Após o recente ataque na terça-feira, os moradores de Oicha se manifestaram, carregando os corpos das vítimas nas ruas para protestar contra a falta de segurança.

Escolas e mercados foram fechados, e comunidades indignadas chegaram a incendiar mais de 150 toneladas de alimentos destinados ao Programa Alimentar Mundial (PAM) para pessoas deslocadas internamente (PDI) na cidade.

Dúvida e desespero para os cristãos

“Não estamos em busca de ajuda humanitária; queremos segurança”, disse um manifestante frustrado em entrevista à imprensa, explicando por que os moradores atacaram os caminhões de auxílio humanitário.

O pastor Paluku Bagheni Joseph, que também é professor na faculdade bíblica frequentada pelos contatos de campo da Portas Abertas, comentou: “Esta é uma situação muito difícil”.

“Os cristãos em Oicha estão desesperados e desiludidos”, relatou uma fonte local.

“Eles estão perdendo a esperança. Durante o protesto, ouviu-se que alguns cristãos estavam questionando a segurança que Deus promete aos Seus filhos. Essa situação, juntamente com os incidentes anteriores, pode levar os cristãos a buscar proteção em práticas religiosas tradicionais para suas famílias.”

Segundo a Portas Abertas, estes incidentes são apenas alguns dos muitos ocorridos na província oriental de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo, tornando-a um local de extrema perigosidade para os cristãos.

O país ocupa a 37ª posição na Lista Mundial da Perseguição e é um dos muitos países na África Subsaariana enfrentando uma crescente perseguição por parte de grupos militantes islâmicos.

Fonte: Guia-me com informações de Portas Abertas

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