Enquanto na capital do estado de Plateau (Jos), na Nigéria, a Associação Cristã da Nigéria (CAN, da sigla em inglês) promovia uma reunião de líderes religiosos e políticos para tratar de paz, uma série de ataques, nos quais pelo menos 20 pessoas foram mortas, acontecia em Barkin Ladi.

No final de agosto, várias comunidades da região, inclusive uma área de mineração, foram atacadas por militantes fulanis.

Entre as vítimas estavam um pastor, esposa e três filhos. Adamu Wurim Gyang, de 50 anos, e seus três filhos foram queimados.

A esposa, Jummai, 45, levou um tiro e foi deixada para morrer em uma poça de sangue. O pastor e família moravam na casa pastoral no complexo da igreja.

Durante o ataque, ele se trancou no quarto com os filhos enquanto a esposa se trancou no banheiro, mas mesmo assim não conseguiram escapar.

O filho mais velho do pastor Gyang, Adamu, 27, é estudante universitário e estava na faculdade de Jos quando viu um post em uma rede social sobre o ataque.

“Eu liguei para o meu pai e seu celular estava desligado. Liguei para minha mãe, e o dela também estava desligado”, diz Adamu, que depois conseguiu contato com outra pessoa que lhe contou sobre o ocorrido com seus pais e irmãos.

No dia seguinte ele chegou ao vilarejo e ficou devastado. “Eu não dormi naquela noite. Meu pai sempre foi a força da nossa família. Agora não sei como será minha vida sem ele”, desabafa.

Ataques de fulanis teriam motivo religioso

No dia 31 de agosto, pastores de cabra fulanis com cerca de 200 cabeças de gado invadiram uma comunidade em Barkin Ladi e destruíram a plantação de milho que pertencia a seis proprietários.

Forças de segurança intervieram e tomaram mais de 150 cabeças de gado dos fulanis. Após a investigação, os pastores de cabra concordaram em pagar cerca de 1.100 dólares de indenização aos agricultores para reaver o gado.

A violência é comumente descrita como confrontos entre agricultores cristãos e pastores fulanis muçulmanos, mas o presidente Buhari diz que o conflito é por recursos naturais, como água e terra fértil.

No entanto, muitos líderes cristãos da região argumentam que há uma dimensão religiosa e que sem reconhecer isso os políticos não poderão lidar com o conflito. O presidente da Igreja de Cristo nas Nações, Dachollom Chumang Datiri, afirmou: “Não há crise no Plateau; as pessoas são atacadas e mortas em suas casas. A primeira responsabilidade do governo é garantir a segurança do povo”.

Ore por essa situação no país que ocupa o 14º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2018.

Fonte: Missão Portas Abertas

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