O mel que verte da imagem de Nossa Senhora de Fátima em Campo Grande não é um milagre. A afirmação enfática é do Diretor do Centro Latino Americano de Parapsicologia, o padre jesuíta Oscar Quevedo.
Em entrevista ao jornal Campo Grande News, ele comentou que está “cansado de ver fenômenos desse tipo” e garante que tudo pode ser explicado pela parapsicologia.
De acordo com o Padre Quevedo, o aporte é um fenômeno que pode ser causado de forma inconsciente: “A pessoa acaba transferindo uma substância de um lugar para outro. Pode ser mel, pode ser sangue, água, óleo…”. Padre Quevedo explica que alguém plenamente equilibrado não está sujeito ao aporte, “mas pessoas deprimidas, muito nervosas ou que querem chamar a atenção podem desenvolvê-lo ainda que sem consciência disso”.
O estudioso faz questão de citar diversos casos de aporte registrados pela ciência. “Acontece muito com Nossa Senhora da Rosa Mística, mas com Nossa Senhora de Fátima não é inédito. Em New Orleans, no ano de 1972, aconteceu um caso famoso em que a imagem vertia água e, por isso, as pessoas diziam que ela chorava”.
Outro caso conhecido no meio científico foi registrado em Tóquio. “Eu fui chamado para verificar o fenômeno e constatei que era aporte e que a responsável era uma freira. Sempre que ela se aproximava da imagem, saía água”. Eventos com sangue também são encontrados aos montes na história: “Em 1997, na cidade de São Paulo, uma mulher tinha uma imagem que derramava sangue, mas exames comprovaram que o sangue era da própria mulher”.
Aliás, Padre Quevedo assegura que se o causador do aporte for afastado da imagem, o fenômeno cessa. “Quando se identifica a pessoa e se afasta ela do objeto, pára tudo. Dou dez mil dólares para você se a imagem continuar vertendo mel no caso de a pessoa ficar a uma distância superior a 50 metros do local”.
O religioso ainda faz questão de dizer que aporte não é sinônimo de fraude: “Existem truques, mas o aporte não é fraude. Não se deve confundir as coisas. O aporte acontece de forma natural, não é montado”. Como exemplo, ele cita um caso acontecido na Igreja de São Sebastião, em Louveira (SP): “Escorria água pela roupa de uma imagem. Uma equipe da Unicamp vigiou dia e noite a imagem e viu que não se tratava de truque. Mas a água era clorada e ficou constatado que vinha de uma fonte ao lado da Igreja”.
Milagres
Com a mesma convicção que fala do aporte, Padre Quevedo destaca que milagres existem sim: “É claro que existem milagres. Aqui no Brasil nós temos exemplos acontecidos com Nossa Senhora Aparecida. Mas as pessoas precisam entender que o milagre é algo imensamente maior que uma imagem verter mel”, finaliza.
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