Pastor caminha em frente a sua igreja destruída pelos fulanis, na Nigéria (Foto: Portas Abertas)
Pastor caminha em frente a sua igreja destruída pelos fulanis, na Nigéria (Foto: Portas Abertas)

Um filho de um pastor foi morto a tiros por uma força civil de segurança, depois de tentar impedir que sua igreja fosse demolida, na semana passada, no estado de Borno, na Nigéria. Os cristãos locais estão protestando contra o assassinato do jovem.

Ezekiel Bitrus Tumba, de 29 anos, tentava impedir que a Igreja dos Irmãos na Nigéria (EYN, na sigla em inglês) fosse demolida pela agência governamental Borno Geographic Information Service, na capital do estado de Borno, Maiduguri, no dia 5 de agosto.

“Funcionários do Borno Geographic Information System, liderados por seu secretário executivo, Engr Adams Bababa, trouxeram a CJTF à igreja não apenas para demolição, mas também acabaram matando nosso irmão e filho”, denunciou o bispo Williams Naga, presidente da Associação Cristã de Nigéria, em comunicado.

“Toda a comunidade cristã entrou em luto quando um irmão, que era o ganha-pão de sua família, foi enviado para o túmulo prematuramente”, acrescentou o bispo.

De acordo com o jornal local Vanguard, o CJTF é uma força-tarefa conjunta de civis, formada em 2013 para apoiar as forças militares nigerianas na luta contra o Boko Haram, no nordeste da Nigéria.

No último domingo (8), os membros da Igreja dos Irmãos na Nigéria se reuniram ao redor das ruínas do templo destruído para realizar o culto dominical.

“Demoliram o prédio pensando que era a Igreja. (Mas) a Igreja é para sempre imparável e indestrutível ”, declarou a Hausa Christians Foundation, uma organização missionária na Nigéria, em sua página no Facebook.

De acordo com o International Christian Concern (ICC), outras quatro igrejas – Jubilee Sanctuary Church, Total Gospel Mission International, Sanctuary Church e Christ Forever Land – foram demolidas na região pelas autoridades, que alegam uma “falha em formalizar os títulos de propriedade e o imposto sobre a propriedade”.

O ICC explicou que os governantes dos estados no norte na Nigéria proíbem a construção de igrejas e, muitas vezes, demolem templos já construídos sem aviso prévio.

“Se você quiser construir uma igreja, eles não lhe darão uma licença, porque o governo irá demitir qualquer um que assine um documento para construir uma igreja”, disse um líder religioso do norte da Nigéria.

Os cristãos na Nigéria também enfrentam perseguição severa por grupos islâmicos, como o Boko Haram e radicais Fulanis.

De acordo com com Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety, na sigla em inglês), uma ONG sediada na Nigéria, em apenas 200 dias, cerca de 3.462 cristãos já foram mortos por militantes Fulani e pelo grupo terrorista Boko Haram, no primeiro semestre de 2021.

Além disso, 3 mil cristãos foram sequestrados por grupos islâmicos. Já o número de igrejas ameaçadas, fechadas, destruídas ou queimadas é estimado em cerca de 300, desde janeiro deste ano. Pelo menos dez líderes religiosos (pastores e padres) foram sequestrados ou mortos pelos jihadistas.

Fonte: Guia-me com informações de The Christian Post

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