A difícil vida nos Estados Unidos para os muçulmanos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, os perigos do fundamentalismo, as imposições atávicas ligadas às tradições religiosas, mas também a confiança nos valores mais positivos do Islã, são alguns dos temas do filme “In the Name of God”.
O musical paquistanês de Shoaib Mansoor, que mesmo tendo sido condenado por uma fatwa (decreto religioso), está batendo todos os recordes de bilheteria no Paquistão.
O mulá Abdul Rashid Ghazi, líder muçulmano responsável pela fatwa lançada antes mesmo de o filme chegar aos cinemas, morreu no início de julho, durante a invasão das forças do governo paquistanês à Mesquita Vermelha em Islamabad (a capital paquistanesa), onde Ghazi estava entrincheirado junto a centenas de estudantes fundamentalistas.
Os produtores e os distribuidores do filme, com medo de eventuais atentados, impuseram, nas dez cidades onde o musical foi lançado no dia 20 de julho, rígidas medidas de segurança, com guardas armados e detectores de metais nas entradas dos cinemas.
Nem mesmo o diretor estava tranqüilo, visto que preferiu se distanciar do Paquistão junto com a família.
O público, no entanto, não se assustou e está levando o filme a bater recordes de bilheteria no país asiático: US$ 180 mil apenas no primeiro fim de semana e US$ 500 mil nas primeiras três semanas de programação.
O musical já está com a distribuição garantida, nos próximos meses, nos Estados Unidos, na Índia e na Grã-Bretanha. O sucesso está recompensando o esforço produtivo do filme, que custou cerca de US$ 3,5 milhões, uma cifra enorme para a chamada Lollywood, a indústria cinematográfica do Paquistão.
Na história, cruzams-e as vidas, em três continentes, de três jovens paquistaneses: Mansoor, estudante universitário nos Estados Unidos, que após os atentados de 11/9 foi envolvido nas investigações sobre os responsáveis e preso; Sharmad, irmão mais novo de Mansoor, convencido por um velho extremista a abandonar todos os seus interesses musicais e partir em um “percurso mais direto rumo a Deus”; e a prima dos dois, Mary, criada na Grã-Bretanha e com intenções de se casar com um homem não muçulmano, apesar do parecer contrário de sua família.
Fonte: UOL