Uma igreja protestante pentecostal no Turcomenistão enfrentou um fim de semana tenso. No sábado, 10 de maio, os membros da congregação foram ameaçados de perderem o registro da igreja. (Foto: Palácio do presidente Saparmurat Niyazov)
O “alerta”ocorreu quase um mês depois de as autoridades invadirem uma aula de estudos bíblicos em um apartamento privado na capital Ashgabat.
Cerca de dez funcionários representando o Departamento para Assuntos Religiosos local, a polícia, polícia secreta, o Ministério da Justiça e o Ministério de Impostos e Taxas invadiram uma aula de estudos bíblicos da Igreja Protestante Graça Maior no dia 11 de abril, segundo informações do “Forum 18”.
Murad Aksakov, da administração local, justificou a invasão explicando que eles queriam descobrir quantas pessoas e quem assistia as aulas, e “se tudo estava em ordem e de acordo com os documentos da igreja”.
“Nós fomos lá como convidados e eu não vejo nada de errado porque nós temos o direito de inspecionar as organizações religiosas”, ele disse.
Aviso
O pastor Vladimir Tolmachev, da Igreja Protestante Graça Maior, contou que no sábado foi advertido para o fato de que a igreja não tinha permissão para ensinar seus próprios membros, uma vez que necessitaria do aval do Comitê para Assuntos Religiosos do governo.
Depois de tais advertências, ele foi informado de que pode “perder a inscrição da igreja, tornando todos os seus atos ilegais”, após ter sido flagrado na reunião de estudos bíblicos.
Segundo o “Forum 18”, o incidente “ilustra os problemas registrados entre as comunidades religiosas no Turcomenistão”, um país predominantemente islâmico. A igreja não tem nenhum edifício próprio e já teve que deslocar seus serviços por dez vezes só neste ano.
O presidente Kurbanguly Berdymukhamedov esteve sob intensa pressão durante as eleições de fevereiro de 2007 para melhorar direitos políticos e religiosos no país. Mas agora ele deixou claro que dará continuidade às políticas principais de antecessor autocrático, Saparmyrat Niyazov, que morreu em dezembro de 2006.
Fonte: Portas Abertas