Irene Kelly” (nome fictício) ? autora do livro (“Pecados de uma Mãe”, em tradução livre) ? diz ter sido vítima de abusos constantes no local quando tinha entre seis e 11 anos de idade. Os episódios teriam ocorrido na década de 1960.

Ela afirma que até hoje não recebeu um pedido de desculpas da Igreja Católica. Irene relatou à BBC como os abusos começaram e o impacto deles em sua vida pessoal. “Logo no primeiro dia em que chegamos (ao orfanato), era de manhã. Fomos obrigadas a tomar banho. Fomos despidas.”

[img align=left width=300]http://p2.trrsf.com/image/fget/cf/940/0/images.terra.com/2015/09/01/abusofreirabbc.jpg[/img]”Nossos cabelos foram conferidos. Havia uma freira com um balde enorme cheio de material branco e um grande pincel. Ela nos pintou da cabeça aos pés. Viemos a descobrir depois que se tratava de loção de calamina para o caso de termos sarna ou coisa parecida”.

Ela relata ter também sofrido abusos sexuais no orfanato. “Foi tão ruim (o abuso) que chegou um momento em que não consegui mais suportar. Enfiei meus dedos numa tomada”, acrescentou ela.

O episódio relatado por Irene soma-se às milhares de denúncias de violência física e sexual contra membros da Igreja Católica, muitas das quais ainda não tornadas públicas.

Na última quinta-feira, o ex-arcebispo Josef Wesolowski, que seria o primeiro membro do clero a ser julgado pelo Vaticano por abuso de menores e posse de material pornográfico, morreu devido a problemas de saúde.

Há duas semanas, a Igreja Católica da Escócia pediu “profundas desculpas” às vítimas de abusos sexuais, após a publicação de um relatório independente que critica a forma como a entidade administrou as denúncias recebidas.

Em junho deste ano, o papa Francisco criou um tribunal inédito no Vaticano para para julgar bispos “envolvendo crimes de abuso de cargo quando relacionado ao abuso de menores”.

[b]Fonte: BBC Brasil[/b]

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