Solomon Tarfa, professor do orfanato Du Merci, no estado de Kano, na Nigéria, passou dois anos na prisão sob acusações falsas.
Desde então, o professor Tarfa cumpre a sentença por ser acusado de sequestrar crianças de seus tutores legais para mantê-las em um orfanato que, segundo as autoridades, continha um registro falso.
No Natal de 2019, a polícia invadiu o local e prendeu o professor sem direito ao pagamento de fiança.
Segundo a International Christian Concern (ICC), Mercy Tarfa, esposa do professor, apresentou toda documentação exigida pelo governo para manter o funcionamento da instituição, porém, eles alegaram que o orfanato não estava registrado e fecharam-no.
O casal fundou o orfanato em 1996 e por mais de 20 anos, resgataram crianças abandonadas com o objetivo de evangelizá-las e suprir suas necessidades mentais, físicas, espirituais e sociais.
As 27 crianças que vivem no orfanato foram transferidas para instalações administradas pelo governo.
Os menores receberam nomes islâmicos e foram obrigados a participar de reuniões muçulmanas diárias.
A manipulação do poder islâmico
O professor Tarfa foi absolvido das acusações de sequestro em junho de 2021 e foi libertado sob fiança.
No entanto, ele ainda enfrentou acusações de falsificação de documentos até sua absolvição total em 27 de janeiro de 2023.
O prolongamento do julgamento do professor, destacou a discriminação e a perseguição que os cristãos enfrentam no sistema jurídico da Nigéria.
Apesar do país se declarar um estado laico, a cidade de Kano, onde fica o Orfanato Du Merci, no norte da Nigéria, é uma região regida pela lei islâmica Sharia.
A ICC informou que quando a religião assume o controle do governo, como aconteceu em grande parte do norte da Nigéria, ela cria uma hierarquia social e judicial ao longo das linhas religiosas.
Fonte: Guia-me com informações de ICC