Um informe solicitado pela Igreja Anglicana e publicado na segunda-feira passada acusa o atual governo trabalhista de “favorecer as comunidades religiosas minoritárias, especialmente o Islã, frente à Comunhão Anglicana”, segundo recolhe “L’Osservatore Romano”.

Com o título “Moral, mas sem bússola. O governo, a Igreja e o futuro da assistência social”, o informe afirma que o atual governo trabalhista, como o anterior de Tony Blair, “traiu os cristãos em favor do Islã e de outras crenças, contribuindo para gerar na Grã-Bretanha uma crise espiritual, cívica e econômica”.

Para os autores do informe, “os trabalhistas não estão à altura das expectativas da sociedade, e lhes falta a visão necessária para restaurar o sentido da identidade britânica”, devido a seu “profundo analfabetismo religioso”. A publicação desse informe manifesta a postura da Igreja da Inglaterra, mostrada publicamente por vários bispos anglicanos nos últimos meses, para o New Labour.

O informe crê que as instituições caritativas cristãs “são ignoradas pelos governos trabalhistas, dispostos a servir-se de instituições análogas de outras religiões, em primeiro lugar, das islâmicas”.

“Constatamos – afirma o documento – uma significativa falta de compreensão, ou de interesse, por parte do governo sobre a contribuição atual ou potencial da Igreja da Inglaterra na esfera pública. De fato, foi dito que o governo, conscientemente, decidiu concentrar-se quase exclusivamente nas religiões minoritárias.”

O informe crê que a solução está em criar um “ministro da religião” que realize a tarefa de “enviado da fé” do primeiro-ministro e que “utilize as grandes potencialidades das igrejas e das organizações caritativas cristãs”.

O estudo foi realizado por Francis Davis, Andrew Bradstock e Elizabeth Paulhus, membros do Instituto Von Hugel, do St. Edmund’s College, da Universidade de Cambridge, e teria sido solicitado pelo bispo de Hulme, Stephen Lowe, e aprovado pelo bispo de Canterbury, Rowan Williams, e pelo arcebispo de York, John Sentamu, segundo recolhe o jornal vaticano.

O informe consiste em uma série de entrevistas aos 75 bispos anglicanos, assim como a representantes de outras igrejas e religiões, e com membros de entidades caritativas.

Contudo, a Conferência dos bispos católicos da Inglaterra e Gales não participará. Segundo James Abbot, da sala de imprensa da Conferência, os bispos católicos “tiveram conhecimento deste estudo, mas não tiveram um papel oficial nem colaboraram em sua realização, nem podemos dizer se responde ou não à verdade”.

Fonte: Zenit

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