Campanha publicitária com participação de pastor-cantor, corpo a corpo para aprovar o PL das Fake News, isenção de impostos para as igrejas, treinamento de fiéis para atuarem em programas sociais bancados por projetos federais. O governo Lula tem pautado todas as suas ações em estratégias para tentar se aproximar do público evangélico.
O próprio presidente tem tecido elogios aos crentes em seus discursos e convidado pastores para seus palanques. Ciente do poder eleitoral da classe evangélica, a ideia do governo é tentar reverter um número difícil de cair, que é o da rejeição dos evangélicos em relação ao presidente.
Na última pesquisa da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), antigo Ibope, 35% dos evangélicos consideram Lula ruim ou péssimo, ou seja, um dos maiores índices de rejeição para um chefe de estado brasileiro até hoje. Pelo DataFolha, esse percentual chegou a 38% em dezembro e, pelo PoderData, passou de 60%.
A mais recente ação para tentar reverter esses números, foi a campanha midiática do governo, divulgada na semana passada na televisão.
Quase R$ 500 mil foram investidos no impulsionamento de vídeos institucionais, alguns deles trazem personagens usando bordões evangélicos como “Graça alcançada, Senhor!” e “Glória a Deus”. Nesses vídeos promocionais, são perceptíveis pelo menos três momentos direcionados a esse grupo religioso em específico.
Na propaganda do Novo PAC, uma cena ambientada em uma pequena cidade do interior mostra uma mulher expressando gratidão ao dizer “Graça alcançada, Senhor!” ao receber a notícia de que o pai de sua neta obteve um emprego em uma obra do governo federal.
No jingle “O Brasil é um só povo”, o pastor e cantor Kleber Lucas aparece como um dos intérpretes, ao lado de outros artistas brasileiros, como Sandra Sá.
Outro vídeo, relacionado ao Bolsa Família, retrata duas mulheres que resolvem suas diferenças quando uma delas, ao comprar um produto desejado pelo filho da outra, revela ter recebido o benefício do Bolsa Família, gerando um momento de comunhão entre elas.
Para impulsionar essa e outras campanhas no Instagram e no Facebook, o Governo Federal desembolsou mais de R$ 473 mil, apenas entre os dias 11 e 17 de dezembro, segundo relatório da Biblioteca de Anúncios da Meta. Paralelo a isso, o governo Lula tem mexido as peças no tabuleiro político para conquistar ainda mais apoio da bancada evangélica em Brasília.
No dia 27 de novembro, por exemplo, foi assinado um protocolo de intensões pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, para que as igrejas sejam uma porta de encaminhamento de pessoas em situação de fome, pobreza e desemprego para programas sociais, como o Bolsa Família, benefícios previdenciários e Minha Casa, Minha Vida.
Também está para ser votada a PEC 05/23, que amplia as isenções tributárias de igrejas e veda quaisquer impostos sobre a aquisição de bens e serviços para formação do patrimônio, geração de renda e prestação de serviços pelas organizações religiosas de qualquer culto.
O governo também planeja fazer um corpo a corpo com evangélicos no início do ano que vem para tentar conquistar votos para aprovar o projeto de lei (PL) das Fake News, uma prioridade em 2024. Para essa missão, foi escalado o advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, que é evangélico.
Fonte: Comunhão e Pleno News