O governo reagiu à pressão dos parlamentares evangélicos para que peça ao Irã que suspenda a pena de morte ao pastor Yousef Nadarkhani.

“Nós [Brasil] não somos tribunal do mundo e não queremos exportar nossos valores”, disse na sexta-feira (2) Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais da República.

“Se as pessoas acharem que os valores da democracia brasileira são importantes, ótimo, mas não vamos criar um paradigma, criar um livrinho e dizer: siga o modelo do Brasil”, acrescentou.

Do ponto de vista da Justiça religiosa do Irã, Nadarkhani foi condenado pelo crime de se negar a Maomé. No entendimento dos cristãos, a pena se deve à insistência dele em seguir os ensinamentos de Jesus.

Garcia não descartou a possibilidade de o Brasil pedir clemência para o pastor, mas disse que isso tem de ser feito “de uma forma respeitosa”, de modo a não prejudicar o bom relacionamento diplomático que há entre os dois países.

A pedido do senador evangélico Magno Malta (PR-ES), o Senado deverá realizar até o final deste mês uma audiência pública para discutir o que o Brasil pode fazer nesse caso.

Não não se pode, obviamente, criticar a preocupação humanitária dos evangélicos. Mas eles teriam mais credibilidade agora se, antes, tivessem protestado contra a condenação à morte por apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani, que foi acusada de ter cometido adultério.

[b]Fonte: Paulopes[/b]

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