A candidata à Presidência da República nas eleições 2018 pela Rede, Marina Silva, participou do programa de entrevistas do pastor Caio Fábio nesta segunda-feira, 6.
Marina Silva reafirmou suas convicções como evangélica e defendeu o Estado laico. Ao final da conversa, após as palavras de apoio de pastores, ela disse, emocionada, que espera não envergonhá-los.
“Só posso agradecer e pedir a Deus que não sejam envergonhados por minha causa aqueles que confiam em Deus”, disse a candidata. O pastor respondeu que “não tem esse risco”.
A entrevista, no Programa Papo de Graça, não constava em sua agenda oficial, mas foi divulgada pelo Facebook. Procurada, sua assessoria disse que foi um equívoco de agenda, mas pretende corrigir.
A frase de Marina foi em resposta a um vídeo passado durante o programa do pastor Ed René declarando ser seu eleitor. Em seguida, em oração, Caio Fábio disse que há grande chance de elegerem “uma oliveira, uma macieira” ao invés de um “espinheiro”. O pastor declara apoio à candidata desde 2014.
Em determinado momento da entrevista, que durou mais de uma hora, Marina foi questionada pelo Pastor Neil Barreto sobre como ela pretende conciliar sua fé com a Presidência. Marina disse que “graças a Deus, o Estado é laico”.
“Estado laico não é Estado ateu, como ele mesmo disse (pastor Neil). Estado laico, que assegure direitos das pessoas, inclusive direito à liberdade religiosa, direito a não ter nenhuma religião, e os direitos de um modo geral”, afirmou, acrescentando que quando era católica, até 1997, não lhe faziam essa pergunta.
Segundo a candidata, nos 16 anos em que foi senadora, nunca apresentou um projeto que fosse na contramão do Estado laico. Questionada sobre o aborto, reafirmou ser contra, mas defendeu a realização de um plebiscito.
Discretamente, Marina vem tentando se contrapor a Jair Bolsonaro (PSL), que também busca conquistar parte do eleitorado evangélico. No mês passado, a candidata se reuniu, na capital paulista, com um grupo de pastores, composto em sua maioria por presbiterianos, batistas e luteranos, que já a apoiaram anteriormente.
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Fonte: Estadão