Igreja destruída com uma cruz em pé (Foto: IA do Canva)
Igreja destruída com uma cruz em pé (Foto: IA do Canva)

Nesta terça-feira, 15, fez onze anos que a guerra começou na Síria. Não há sinais de que termine tão cedo e, enquanto isso, a população sofre as consequências do conflito. Após onze anos de conflitos e mesmo com a derrota militar do Estado Islâmico na Síria, a influência do grupo extremista não desapareceu e seus ataques mortais continuam, especialmente nas áreas centrais do deserto.

Os combates também continuam na província de Idlib, entre o Hayat Tahrir al Sham (HTS) e grupos jihadistas rivais. Também há confrontos no Sudoeste e Nordeste, respectivamente entre forças do governo e ex-grupos rebeldes, bem como forças curdas e afiliadas ao governo. Os cristãos são pegos no fogo cruzado entre as tropas do governo e as forças rebeldes.

Os combates continuam particularmente em locais onde o território controlado pelo governo faz fronteira com áreas dirigidas por milícias rebeldes. Durante a guerra civil, os cristãos na Síria sofreram com os combates e os deslocamentos que isso causou. Eles enfrentam uma contínua falta de segurança, recursos básicos e emprego para sobreviver. De acordo com o índice Fragile State Index de 2021, a Síria ocupa o terceiro lugar entre os cinco principais países que mostraram deterioração de longo prazo no período 2011-2021.

Pobreza generalizada afeta também os cristãos

Mais de 500 mil mortes foram diretamente atribuídas ao conflito até agora. De acordo com o Banco Mundial, “agora em seu décimo primeiro ano, o conflito na Síria infligiu um grau quase inimaginável de devastação e perda ao povo sírio e sua economia”. Mais da metade da população pré-conflito do país (de quase 21 milhões) foi deslocada – um dos maiores deslocamentos de pessoas desde a Segunda Guerra Mundial.

A falta de acesso a cuidados de saúde, educação, habitação, e alimentos exacerbaram os efeitos do conflito e levaram milhões de pessoas ao desemprego e à pobreza. A degradação do sistema de saúde faz com que os sírios continuem extremamente vulneráveis.

De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, “milhões de sírios foram empurrados para a pobreza e a fome desde o início da pandemia no ano passado, e estima-se que apenas 60% da população pode comprar comida suficiente diariamente. Além disso, a destruição de serviços básicos significa que milhões de pessoas não têm acesso à água potável ou eletricidade. Metade de todas as unidades de saúde estão fora de serviço ou funcionando apenas parcialmente e milhões de crianças estão fora da escola”.

A pobreza generalizada deve-se ao desemprego, aos baixos salários e à desvalorização da moeda chamada libra síria. Como outros cidadãos, os cristãos sofrem com a alta taxa de desemprego e são altamente dependentes de ajuda humanitária. Muitos dos cristãos deixados no país são pobres e correm o risco de desnutrição. Os cristãos são considerados por muitos como ricos e apoiadores do governo de Assad; isso aumenta sua vulnerabilidade, pois como não-muçulmanos eles já fazem parte de uma minoria frágil.

Como é a situação das mulheres na Síria?

De acordo com o Índice de Mulheres, Paz e Segurança 2019/20 de Georgetown, a Síria está entre os cinco países com maior discriminação legal contra as mulheres. A legislação não protege as vítimas de violência doméstica, estupro conjugal e os chamados crimes de honra. Segundo o mesmo índice, a Síria é o segundo país com pior desempenho para o emprego feminino, depois do Iêmen.

As taxas de meninos e meninas na escola caíram drasticamente desde o início do conflito, o que, segundo a UNICEF, provavelmente contribuirá para taxas mais altas de casamento infantil e trabalho forçado nos próximos anos.

As mulheres e meninas herdam menos sob as regras de herança da sharia (conjunto de leis islâmicas). Considerando essas vulnerabilidades econômicas, as mulheres cristãs dependem muito de seus maridos e famílias. Se esse apoio for perdido, elas provavelmente ficarão sem meios para se sustentarem financeiramente.

Ajude cristão sírios empobrecidos pela guerra

Você pode contribuir para ajudar nossos irmãos na Síria a sobreviverem. Ao doar, você permite que famílias cristãs recebam cestas básicas para suprir suas necessidades e terem esperança e força para reconstruir a nação.

Fonte: Portas Abertas

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