O chefe da Igreja Anglicana da Inglaterra e arcebispo de Canterbury, Rowan Williams (foto), advertiu hoje sobre o risco de um cisma religioso devido às diferenças sobre o tema da ordenação de bispos homossexuais.

Williams, que nesta semana participou de uma conferência anglicana na Tanzânia, afirma que mesmo que hajam esforços para manter unida a Igreja Anglicana, “tudo indica que somos uma família fracassada que irá ao divórcio”.

Em um artigo publicado hoje no jornal britânico Daily Telegraph, o líder protestante declarou que as discussões na Tanzânia, que por pouco evitaram um cisma, não são “uma opção fácil” e tem uma “intensidade dolorosa”.

“Existe a necessidade em todo o mundo de uma Igreja Cristã unificada, que balanceie a unidade e o diálogo pelo bem da humanidade”, acrescentou Williams.

Depois de vários diálogos na Tanzânia, Williams aceitou pedir aos bispos anglicanos que dêem um passo atrás em suas políticas a favor da homossexualidade.

Mas numerosos sacerdotes dos Estados Unidos, principalmente de Nova York e Califórnia, ameaçam separar-se da Igreja Anglicana se forem obrigados a abandonar suas posturas. Eles são mais liberais acerca de temas como a união civil homossexual e a ordenação de bispos gays.

Enquanto isso, a Igreja Anglicana em Londres fará na quarta-feira um Sínodo [reunião convocada por uma autoridade eclesiástica] para debater os dois temas, incluindo a polêmica ordenação de bispos homossexuais.

O Reverendo Richard Kirker, diretor do Movimento Cristão pelos Gays e Lésbicas, fez uma analogia entre o comunicado de William e a carta histórica entregue pelo ex-premier britânico Chamberlain a Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial, em que pede a paz. “Foi um documento tão inútil como o que trazia Chamberlain”, disse o Reverendo.

“Em um momento em que celebramos 200 anos do fim da escravidão, a Igreja Anglicana quer tomar uma postura perversa e escravizar os gays. Quem quer pertencer a uma religião cruel?”, destacou Kirker.

Fonte: Jornal da Mídia

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