O embaixador de Israel no Vaticano, Mordechay Lewy, disse hoje que a visita do papa Bento XVI à sinagoga de Roma, marcada para domingo, terá uma “dimensão histórica” para a relação muitas vezes “problemática” entre judeus e católicos.

Em entrevista concedida à ANSA, Lewy afirmou esperar que a ida do Pontífice ao templo “convença e demonstre a todos” que, “apesar da diferença de opiniões”, fiéis dos dois credos podem manter “um diálogo honesto e muito amigável”.

Por outro lado, Lewy indicou que “o antissemitismo católico ainda existe”, mas se reduziu desde o Concílio Vaticano II, dos anos 60, quando a Santa Sé aprovou a declaração “Nostra Aetate”, que redefiniu as relações entre católicos e judeus e condenou o antissemitismo.

O embaixador também comentou o mal-estar instaurado na comunidade judaica pelo decreto assinado em dezembro por Bento XVI no qual são reconhecidas as “virtudes heroicas” do papa Pio XII, acusado de ter sido omisso ante o Holocausto.

A medida é um importante passo no processo de beatificação de Pio XII, que exerceu seu pontificado entre 1939 e 1958.

Para Lewy, a postura de Pio XII em relação aos judeus que eram perseguidos pela Alemanha nazista só será esclarecida quando forem abertos “os arquivos secretos” do Vaticano, o que é pedido pela comunidade judaica e pelo próprio Estado de Israel.

Fonte: Ansa

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