Reunião do comitê executivo da Convenção Batista do Sul EUA
Reunião do comitê executivo da Convenção Batista do Sul EUA

Durante décadas, queixas de abuso sexual cometido por pastores e funcionários da Convenção Batista do Sul (Southern Baptist Convention ou SBC) foram ignoradas ou encobertas, segundo um relatório interno divulgado neste domingo (22). A igreja é a maior denominação protestante dos EUA.

O documento de quase 300 páginas detalha de que maneira as denúncias eram mantidas como segredos bem guardados dentro da igreja para evitar responsabilização.

“A fim de cumprir esse objetivo, sobreviventes e outros que relataram abusos foram ignorados e desacreditados”, diz o relatório.

O documento também sustenta que líderes da igreja encobriram as denúncias e permitiram que membros do clero apontados como abusadores continuassem como pastores ou em outras funções de autoridade.

Ações judiciais contra a igreja foram desqualificadas como oportunistas e desprovidas de mérito, acrescenta o relatório conduzido durante quase um ano por uma empresa de investigação. A reportagem da agência Reuters não conseguiu contato com um representante da SBC para comentar a denúncia.

O trabalho foi iniciado pela Convenção Batista do Sul em junho de 2021, quando diversas reclamações surgiram na sua reunião anual.

As queixas se concentravam justamente em casos de abuso sexual cometidos por pastores e voluntários e na ausência de resposta por parte do comitê executivo da igreja, que diz ter 13 milhões de membros nos EUA e mais de 40 milhões em todo o mundo.

Em 2019, os jornais Houston Chronicle e San Antonio Express-News haviam publicado reportagem dizendo que mais de 700 pessoas tinham sido abusadas por pastores, líderes e voluntários de congregações Batistas do Sul.

O escândalo ecoa o enfrentado pela Igreja Católica, que foi abalada quando o jornal Boston Globe revelou, em 2002, que a igreja encobriu por décadas casos de abuso sexual envolvendo o clero.

Nos últimos meses, comissões formadas pela própria instituição produziram relatórios sobre o tema em Portugal e na França.

Com informações de Folha de S. Paulo, Reuters e Brasil 247

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