A igreja católica e grande parte da oposição política uruguaia saíram ao ataque contra um projeto de lei governista que permite a casais homossexuais adotarem crianças.
Consultado no domingo durante a celebração da Páscoa, o arcebispo de Montevidéu, monsenhor Nicolás Cotugno, disse que “sob a perspectiva da razão e da fé católica” desaprova o projeto.
Desde o ano passado, a união civil entre homossexuais é permitida no Uruguai.
“A lei possibilidade que os adotantes não sejam necessariamente casados” e também “podem ser pessoas solteiras ou concubinatos estáveis, incluindo casais homossexuais”, explicou o diretor do Instituto da Criança, Víctor Giorgi.
Dirigentes da oposição, entre eles o líder blanco (Partido Nacional) Jorge Larrañaga, uniram-se aos católicos. Ele disse que, apesar de não ter conhecimento do projeto, “em princípio, temos uma aproximação negativa”.
O senador blanco Francisco Gallinal rechaçou a idéia porque, segundo ele, “não coincide com a definição de Família da Constituição, nem com os costumes”.
O deputado do Partido Colorado Washington Abdala concordou com o projeto: “Não se pode ter tantos preconceitos e nos casos de crianças abandonadas ou não adotadas é sempre melhor que cresçam com gente que lhes dê amor”, disse o jornal Ultimas Noticias.
A diretora da organização Mulher e Saúde, Lilián Abracinskas, expressou seu apoio à iniciativa, dizendo que “os direitos reprodutivos não têm nada a ver com a orientação sexual”.
“Muita gente considera que a família tradicional é a condição ideal para criar uma criança, mas os fatos demonstram o contrário”, já que a “família nuclear representa hoje apenas 30% das famílias”, disse.
O projeto foi apresentado em 2006 pela bancada governista e sua aprovação foi fixada como uma das prioridades para este ano. (ANSA).
Fonte: Ansa