Carro da polícia (Foto: Canva Pro)
Carro da polícia (Foto: Canva Pro)

Uma igreja e uma rádio evangélica, suspeitas de movimentarem mais de R$ 6 bilhões em lavagem de dinheiro, foram alvo da operação Mamon feita nesta terça-feira (30) pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de Minas Gerais. As ações aconteceram em cidades de cinco estados.

Um grupo criminoso usava empresas fantasmas, uma igreja e uma rádio evangélicas para fazer a lavagem de dinheiro, segundo o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). Os dois estabelecimentos religiosos estão localizados em Vespasiano (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte.

Os bilhões foram movimentados ao longo de cinco anos. O grupo, segundo o MP, “lavava quantias” oriundas de crimes como fraudes, estelionatos e tráfico de drogas, e até mesmo de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os mandados foram cumpridos em Minas Gerais, São Paulo, Tocantins, Alagoas e Amapá. As investigações começaram há dois anos, após comunicações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), segundo explicou o promotor de Justiça Gabriel Mendonça: “É uma grande ‘lavanderia’ que tem por objetivo o branqueamento de capital ilícito”, disse.

“Algumas [empresas] efetivamente existem. Outras, só no papel. A igreja existe efetivamente, assim como a rádio. A gente tem identificado, fora do estado [de Minas Gerais], uma padaria que existe mas, pela dimensão do volume financeiro e pela constatação visual, a gente percebe que é uma movimentação financeira fraudulenta. Uma única padaria, movimentando R$ 30 milhões”, completou o promotor Gabriel Mendonça.

Além das ordens de busca e apreensão, foram sequestrados judicialmente R$ 170 milhões, entre veículos e dinheiro. Também foram apreendidos documentos, celulares e tablets que serão analisados, após autorização judicial, para sequência das investigações.

Nesta fase, ninguém foi preso. Os nomes das empresas de fachada, da rádio e da igreja, ou da padaria, usadas como fachada para o esquema, não foram divulgados pelos órgãos.

Com o material obtido, a polícia espera entender a dimensão das atividades da organização criminosa, bem como identificar possíveis ramificações: “Associados a essa grande rede de lavagem de dinheiro estão diversos crimes correlatos que fazem uso dessa estrutura, como tráfico de drogas, fraudes e estelionatos”, explicou o delegado Marcus Vinícius Lobo Leite Vieira, da Polícia Civil de Minas Gerais.

Fonte: EBC e UOL

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