A decisão do Governo italiano de aprovar um decreto-lei para impedir a morte de Eluana Englaro foi amparada com satisfação pela Igreja italiana, que ao mesmo tempo expressou sua “desilusão” com o anúncio do Chefe de Estado, Giorgio Napolitano, de não assiná-lo.
“Estou consternado porque com todos estes discursos políticos se mate uma pessoa. Estou profundamente desiludido da decisão do Presidente da República de não assinar o decreto que teria impedido de continuar com a alimentação e a hidratação”, afirmou o cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz aos meios de imprensa italianos.
As declarações de Martino continuam às que foram feitas recentemente pelo cardeal mexicano e presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, Javier Lozano Barragán, que qualificou de “abominável assassinato” o desligamento da sonda alimentar da italiana Eluana Englaro, em estado vegetativo desde 1992.
Após conhecer-se a decisão do Governo de Silvio Berlusconi, a Associação Papa João XXIII, que luta contra a redução da alimentação e hidratação de Eluana, manifestou hoje seu “apreço e alegria” pelo decreto lei, considerando-o um ato de justiça e de alto valor de civilização.
Da mesma forma que Martino, a associação se sentiu desconcertada pela decisão de Napolitano de não assinar o decreto-lei, ao considerar que essa medida do Executivo é um “ato razoável com o qual se reafirma que os direitos humanos são universais, invioláveis e inalienáveis”.
Fonte: EFE