A Igreja católica italiana prepara para este domingo na Praça São Pedro um grande ato em solidariedade ao Papa Bento XVI, com a participação de personalidades políticas da Itália, após o cancelamento da visita do Sumo Pontífice à universidade La Sapienza de Roma.

A iniciativa foi lançada pelo cardeal vigário de Roma, Camillo Ruini, como resposta à onda de protestos de professores e estudantes da universidade La Sapienza.

Segundo cálculos da imprensa local, cerca de 300.000 pessoas irão participar do ato organizado para a hora do Ângelus dominical.

“Será um gesto de afeto e de expressão da alegria que sentimos por ter Bento XVI como bispo de Roma e como Papa”, afirmou Ruini em comunicado.

“Vamos ser muitos, queremos que o Santo Padre sinta que o amamos”, admitiu o padre Oscar, entre os milhares de religiosos que assistirão ao ato.

Destacados dirigentes dos três partidos de centro-direita, Aliança Nacional, Força Italia e União dos Democratas Cristãos, confirmaram sua presença assim como líderes sindicais, associações e estudantes de colégios e universidades católicas, além de vários dirigentes da formação de esquerda Pólo Democrático.

“Não se trata de uma reunião política e sim de um momento de oração e solidariedade”, explicou o cardeal Ruini.

As grandes organizações católicas nacionais e internacionais, entre elas Opus Dei, Comunhão e Libertação, Ação Católica, Pax Christi, Associação de Trabalhadores Católicos vão mobilizar seus membros.

Milhares de fiéis, provenientes de toda a Itália, irão confluir para a Praça São Pedro e se unirão aos 50.000 estudantes que já eram esperados para festejar a Jornada da Escola Católica.

Para as pessoas que não poderão assistir ao ato em Roma, a prefeitura de Milão (norte), decidiu instalar uma tela gigante na praça central para transmitir o Ângelus.

“É uma iniciativa aberta a todos que consideram grave, se não infame, o fato de terem negado a palavra ao Sumo Pontífice em uma das maiores universidades da Itália”, declarou o vice-prefeito de Milão, Riccardo de Corato.

O líder da Igreja Católica havia sido convidado pelo reitor da prestigiada universidade La Sapienza para a inauguração do ano acadêmico, mas cancelou a participação dois dias antes, o que gerou uma avalanche de reações por parte de personalidades que defendiam o “direito do Papa de falar” e lamentavam o cancelamento da visita.

Mais de 60 professores e estudantes defensores da laicidade da pesquisa e críticos do Papa protestaram contra a visita do líder máximo da Igreja católica.

Fonte: AFP

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